
Escola de Enfermagem trabalha para uma maternidade mais segura em Angola e em Moçambique
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) está a coordenar um projeto de cooperação transnacional que tem como objetivo formar educadores e estudantes de Enfermagem de instituições de ensino superior de Angola e de Moçambique sobre práticas de controlo de infeções maternas periparto, que
sejam simultaneamente sustentáveis e inovadoras, contribuindo para uma maternidade mais segura.
MPIPrevEdu - Empowering Sub-Saharan African HEIs to educate nursing students on sustainable and innovative peripartum maternal infection control practices, assim se denomina o projeto, cofinanciado pela União Europeia (programa Erasmus+) com 800 mil euros, e que envolve um consórcio constituído por mais cinco instituições de ensino superior: de Espanha (Universidad de Valladolid), de Angola (Instituto Superior Politécnico do Cuanza Sul e Instituto Superior Politécnico Privado da Catepa) e de Moçambique (Universidade Lúrio e Universidade Católica de Moçambique).
O projeto, coordenado pela professora da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, estima chegar, até outubro de 2027 (termo da respetiva duração), a cerca de 950 estudantes e 200 professores, enfermeiros e tutores clínicos de Enfermagem, «fomentando uma rede de pessoas, entidades, instituições de ensino e de saúde na África Subsariana».
O consórcio ibero-africano pretende assegurar o desenvolvimento de currículos para a prevenção e controlo das infeções maternas periparto, através de um modelo educativo (Modelo MPIPrevEdu) com recurso a cenários de simulação e à construção de livros digitais (e-books) que integrarão a abordagem teórica, a formação pedagógica e as situações simuladas, quer em ambiente de serviços de saúde, quer em contexto comunitário.
«O projeto MPIPrevEdu está empenhado em promover os direitos reprodutivos das mulheres, melhorando a qualidade dos curricula de Enfermagem no contexto da prevenção e controlo das infeções maternas periparto» e, assim, contribuindo «para uma maternidade mais segura para as mulheres na África subsariana», afirma Maria da Conceição Bento.
Fortalecer a ligação entre a academia e os profissionais de saúde
«As infeções maternas periparto são uma das prioridades globais de saúde, que tem especial relevância na África subsariana, dada a elevada incidência, morbidade e mortalidade de mulheres e recém-nascidos», constata o consórcio do projeto MPIPrevEdu.
Ao intervir «no processo de formação dos futuros enfermeiros» e ao «fortalecer a ligação entre a academia e os atuais profissionais», o projeto MPIPrevEdu propõe «melhorar a qualidade do ensino superior na África Subsariana, reforçando a relevância dos enfermeiros formados nas instituições de ensino superior para o mercado de trabalho e a sociedade, aumentando o nível de competências, aptidões e potencialidades, quer dos estudantes, quer dos educadores de Enfermagem», sublinha a professora Maria da Conceição Bento.
Durante esta semana, está a realizar-se em Coimbra, o primeiro encontro transnacional do projeto MPIPrevEdu, com representantes de todas as instituições parceiras.