
Faleceu Ana Alves, que fazia da escrita e da fotografia uma terapia
Faleceu esta madrugada Ana Alves, ao fim de vários anos de luta contra um cancro e que, como forma de terapia, fazia fotografias e escrevia livros de poemas. Em 2022, em conversa com o Diário de Coimbra, contava que num ano escreveu três livros. Num ano, publicou três livros: em dezembro de
2021, “Verde Esperança”, em fevereiro de 2022, “Ser-te Escarlate”, e, em dezembro, “Alma Branca”.
13 de março de 2019, dia dos 40 anos de Ana Alves. O que seria um data de celebração transformou-se num pesadelo para a engenheira civil, atleta
de trail e mãe, que saiu diretamente do consultório médico, com um prognóstico que lhe dava apenas «uma semana de vida» - no máximo, um mês – para a sala de operações. Cancro de mama com metástases no pulmão, na coluna, no sistema reprodutor e ainda o tumor abdominal. Foi este o diagnóstico de Ana Alves, quando soube que estava doente.

Os livros surgiram após o incentivo dos que lhe eram próximos avançou para os livros, que não via como um produto
comercial, mas uma força para as pessoas que os leem». «São o meu espelho, o meu desabafo», acrescentava na conversa com o nosso jornal.
E porquê “Alma Branca”? «Passo muito tempo no hospital, onde é tudo muito branco, muita dor. Fazer as caminhadas, junto às cascatas e ao mar, para mim, é como se lavasse isso tudo. Ali sinto-me livre. No hospital estou presa, quando vou fazer as caminhadas, sinto-me livre e é essa a minha alma branca», adianta.
“E quanto vale uma semana?! Para mim...uma vida inteira!”. Diz, no poema.
Ana Alves faleceu nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde estava internada.