O café Santa Cruz, em Coimbra, celebra na segunda-feira 100 anos de existência, e apesar de ser muito frequentado, hoje em dia, por turistas mantém o firme objetivo de continuar a ser um espaço da Baixa e da cidade.
Foi o café dos futricas, onde os dirigentes do União de Coimbra se reuniam, em contraposição com o Arcádia, ligado aos adeptos da Académica (os estudantes chegaram a ser proibidos de entrar de capa e batina no Santa Cruz), espaço de tertúlias, de reunião de antifascistas durante o Estado Novo, de jantares reservados numa das suas salas escondidas, e mais recentemente aberto a eventos culturais, como apresentações de livros ou concertos de fado de Coimbra, sendo também ponto de passagem quase obrigatório dos turistas que passeiam pela Baixa.
“Tenho muita estima a este café. Tenho passado bons e maus momentos e tenho feito muito boas amizades por aqui”, conta António Costa, empregado do Santa Cruz desde 1988 e que foi colecionando amizades entre os clientes que por lá passam todos os dias.
Face à história do espaço, a antiga Igreja de São João, que fazia parte do Mosteiro de Santa Cruz e que foi desde uma funerária a uma estação de bombeiros, antes de ser um café, António Costa foi também procurando saber mais sobre o espaço para responder às perguntas dos clientes mais curiosos, explicou o funcionário, durante a conferência de imprensa que se realizou hoje sobre as comemorações do centenário.