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Suspeito de ataque em Lisboa não estava sinalizado e terá cometido "ato isolado"


Terça, 28 de Março de 2023

O homem suspeito do ataque de hoje no Centro Ismaili em Lisboa, num presumível “ato isolado”, é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de “qualquer sinalização” pelas autoridades, disse o ministro da Administração Interna.

“Tudo leva a crer que se trata de um ato isolado”, afirmou José Luís Carneiro, acrescentando que as circunstâncias e as motivações do crime estão a ser alvo de investigação, e alertando para a necessidade de “evitar análises precipitadas”.

O governante, que falava aos jornalistas em Lisboa, à entrada para uma reunião com autarcas da área metropolitana, indicou que o suspeito é “um homem relativamente jovem, com três filhos menores”, e passou por um centro de refugiados na Grécia, onde a sua mulher morreu.

A deslocação da família para Portugal ocorreu ao abrigo da cooperação europeia e o homem tem permanecido no país “com uma vida bastante tranquila”, sendo apoiado pela comunidade ismaelita.

“Pelas informações de que dispomos, beneficiava do apoio da comunidade ismaelita, no que respeita ao conhecimento das línguas, no cuidado alimentar, no cuidado com as crianças menores. Estavam todos em profunda consternação pelo facto de, aparentemente, se tratar de um cidadão com fácil relação com todos aqueles que viviam a vida desta comunidade”, sublinhou o governante.

Ladeado pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e pelo diretor nacional da PSP, Magina da Silva, o responsável pela pasta da Administração Interna apelou à calma.

“Estes momentos exigem, como todos bem sabem, pela sensibilidade destes assuntos, uma grande serenidade e um grande discernimento na forma como se observam e como se analisam os factos”, argumentou.

O ataque no Centro Ismaili, na Avenida Lusíada, fez duas vítimas mortais - duas mulheres na casa dos 20 e dos 40 anos, funcionárias no espaço, que estavam no interior quando um homem entrou com uma faca.

O suspeito - que, segundo fonte policial, é afegão - acabou por ser atingido pela polícia, estando internado no Hospital de São José.

Está também internado, mas no Hospital de Santa Maria, um homem na casa dos 30 anos inicialmente indicado como ferido grave. A vítima tem “ferimentos ligeiros no peito”, após ter sido esfaqueado, segundo fonte do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

A ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tutela a área das Migrações, deslocou-se esta tarde ao Centro Ismaili para prestar condolências aos familiares das vítimas, segundo fonte do Governo. À entrada, a ministra não prestou declarações aos jornalistas.

A comunidade muçulmana ismaili desconhece as motivações do ataque, concretizado quando decorriam aulas e outras atividades no Centro Ismaili, precisou o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali.

“A comunidade muçulmana ismaili está já a prestar todo o apoio aos familiares das vítimas, a quem apresenta as mais profundas condolências”, acrescentou o responsável, em comunicado enviado
à agência Lusa.

De acordo com uma nota da direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), o ataque foi comunicado à polícia às 10:57, tendo os primeiros agentes que responderam à ocorrência chegado ao local um minuto depois.

“Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão”, revelou.

Face a esta “ameaça grave”, os agentes dispararam contra o atacante, “atingindo e neutralizando o agressor”.

A polícia apelou à serenidade e tranquilidade dos cidadãos, salientando que foram “mobilizado os efetivos necessários para a implementação das medidas de segurança adequadas e urgentes”.

Hamburgueria de Coimbra



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