Património
Governante esteve em Viseu para assistir à concretização de um sonho com 100 anos
Avançar o mais depressa possível com as obras de requalificação da Sé, passar para o domínio da autarquia a Cava de Viriato e conseguir que o património cultural seja um dos eixos prioritários do próximo quadro comunitário de apoios. Foram estes os três desafios deixados à ministra da Cultura pelo presidente da Câmara de Viseu, no dia em que o Pólo Arqueológico de Viseu viu reconhecida a sua Reserva Municipal de Materiais Arqueológicos, através da assinatura de um protocolo entre o Município e a Direcção-Geral do Património Cultural.
Foi nos jardins da Casa da Miradouro, em pleno centro histórico, que o autarca aproveitou a presença da governante em Viseu para lembrar que é preciso aproveitar o actual quadro comunitário de apoios para concluir as obras de requalificação da Sé de Viseu, com destaque para o Passeio dos Cónegos. Almeida Henriques recordou a Graça Fonseca que as obras têm de arrancar no prazo de um ano e ficar concluídas durante os três anos seguintes, o que considera um período curto, tendo em conta a intervenção necessária.
No que diz respeito à Cava de Viriato espera que passe para domínio da autarquia, sublinhando que Gonçalo Byrne está envolvido na criação de um novo plano de pormenor para aquela parte da cidade e que o monumento nacional é o principal foco de Catarina Tente, coordenadora científica do programa Viseu Património.
Quanto ao Portugal 2030, Almeida Henriques defendeu que o próximo quadro comunitário de apoios deve dar uma atenção especial ao património cultural. Um desejo partilhado pela ministra da Cultura que também defende que o património cultural deve ser um dos eixos prioritários, destacando a sua importância na ligação ao turismo e dessa forma à economia.
Tirar os achados dos “caixotes”
No que diz respeito à Reserva Municipal do Pólo Arqueológico de Viseu, cuja criação foi concretizada através da assinatura de um protocolo de colaboração entre a Câmara de Viseu e a Direcção-Geral do Património Cultural, o vereador da Cultura, Jorge Sobrado, explicou ser a concretização de um sonho com 100 anos, referindo que o primeiro passo foi dado por José Coelho, que apelidou de “pai da arqueologia em Viseu”, ao lutar pela criação do Instituto Etnológico da Beira.
O autarca garantiu que o objectivo não é apenas reunir num único local os achados arqueológicos que ainda se encontram dispersos, mas também promover a sua divulgação, lembrando que já foram realizadas três exposições que deram a conhecer, por exemplo, as notas arqueológicas de José Coelho e a Ara de Vissaium.
Nesse sentido, a Reserva Municipal servirá para dar a conhecer o trabalho desenvolvido ao longo dos tempos por pessoas como José Coelho, João Inês Vaz, Alberto Correia, Celso Tavares da Silva e Pedro Sobral.
O director-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, destacou a vontade do Município de Viseu de não apenas disponibilizar um local para preservar os achados resultantes das intervenções no território, mas também o assumir da responsabilidade acrescida de os divulgar, uma vontade que também foi elogiada pela ministra da Cultura.