Se há pessoa para a qual emigrar significou grandes e ambiciosos voos, essa pessoa é João Pita. Licenciou-se em Engenharia Civil na Universidade de Coimbra, fez mestrado e doutoramento em Engenharia dos Transportes, mas estar ligado à Aviação foi, garante, apenas «o resultado de acasos felizes». Aceitou, em conversa com o seu mentor, o professor Pais Antunes, aventurar-se um ano, em Boston, no Programa MIT-Portugal na área dos Transportes Aéreos, pelo meio ainda viveu uma experiência de seis meses no Rio de Janeiro, e, assim, mais ou menos sem contar, foi parar ao Aeroporto Internacional de São Paulo, que é “só” o «maior aeroporto da América do Sul, com mais de 40 milhões de passageiros por ano, quase o dobro da dimensão do Aeroporto de Lisboa», conta.Como é que um “miúdo” de Coimbra, que foi vice-presidente da Associação Académica, que, como diz, com orgulho, sempre viveu «a olhar para a Torre da Universidade» chega a gerente de negócios aéreos de um aeroporto com estas dimensões? Culpa do início da crise em Portugal e, portanto, a necessidade. «Acabei o doutoramento num momento difícil em Portugal. Estávamos a atravessar uma crise profunda e havia poucas hipóteses para alguém com a minha qualificação e sem experiência. Emigrar, mais do que uma opção, foi uma necessidade de vida», diz João Pita, que ainda não se arrependeu de, entre as propostas que tinha fora do país, ter aceite o desafio do Aeroporto Internacional de São Paulo, onde tem como missão «desenvolver o mercado aéreo e criar as melhores condições possíveis para a operação das companhias aéreas do aeroporto».
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