A paragem de Serpins do novo sistema de mobilidade do Mondego foi o ponto de partida do lançamento, ontem concretizado, de “Com que linhas te cruzas?”, projeto de intervenção artística e cívica que junta, em coprodução, o Teatrão com a Metro Mondego e os municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, em peças teatrais que são autênticas viagens pelo tempo e pela memória das comunidades.
O desenho deste projeto, segundo Isabel Craveiro, diretora de O Teatrão, foi elaborado em quatro fases. Uma primeira que consistiu no «mapeamento cultural», seguindo-se as «oficinas com as populações e dramaturgia com habitantes da Lousã, Miranda do Corvo, Moinhos e Serpins, bem como Coimbra», de modo a auscultar a «relação das pessoas com a linha do comboio e os constrangimentos causados durante o seu interregno, assim como as suas perspetivas para o futuro em relação a esta nova infraestrutura de mobilidade urbana». A fase que arranca agora, criação teatral, terá algumas estações destes concelhos como cenário de fundo, e uma quarta, agendada para 2025, já no interior da carruagem do sistema de mobilidade.
Este projeto está direcionado para o novo sistema de mobilidade urbana desta região, procurando trabalhar com as comunidades o longo e, por vezes, turbulento, processo de transformação da linha férrea em Metrobus.
A estreia do projeto “Com que linhas te cruzas” está marcada para dia 19 de setembro – durante a Semana Europeia da Mobilidade – na Estação de Metrobus de São José, às 19h00, em Coimbra. A entrada é livre e o elenco de dois atores e um músico - que ontem em Serpins levantou um pouco do véu do que será este espetáculo – está a trabalhar com cinco grupos de diversas comunidades dos três municípios.