Desde 2017 que a Casa Dignidade serve refeições quentes às pessoas em situação de sem-abrigo em Coimbra, mas o objetivo da Fundação ADFP é ir mais longe. Com o projeto “Passos para um Futuro”, que venceu uma candidatura a fundos europeus no valor de 700 mil euros, a Casa Dignidade tem a partir de agora uma equipa multidisciplinar empenhada na «reintegração das pessoas e situação de sem-abrigo seja profissionalmente, seja socialmente, seja pessoal», explicou Dalila Salvador, diretora técnica da Fundação ADFP, em conferência de imprensa. Duas enfermeiras a tempo parcial, assistentes sociais e um psiquiatra, a título voluntário, fazem parte da nova equipa construída para este projeto social, que pretende apoiar cerca de 230 pessoas necessitadas, durante os próximos três anos - sendo este o período de financiamento europeu.
«Muitas destas pessoas perderam todos os hábitos de uma pessoa com casa, ou seja, em acordar a horas, tomar o pequeno-almoço, tomar banho, escovar os dentes», afirmou a diretora técnica, ao explicar que o projeto pretende dar as ferramentas necessárias para retirar estas pessoas das ruas, integrando-as no mercado de trabalho e, no fundo, na sociedade.
«A maioria das pessoas em situação de sem-abrigo são doentes ou deficientes mentais, com comportamentos aditivos que consumem álcool e drogas ilícitas», descreveu Jaime Ramos, fundador e presidente da fundação. Para Jaime Ramos, o SNS (Serviço Nacional de Saúde) tem renegado a responsabilidade em dar apoio e respostas a estes doentes.
Nesse sentido, o projeto “Passos para um Futuro”, que arrancou no início deste mês, pretende começar a trabalhar com cerca de 230 pessoas sem-abrigo de «forma individual e pessoal», ou seja, cada pessoa pode encontrar na Casa Dignidade um apoio multidisciplinar.