A Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, com sede em Coimbra, está preocupada com a possível integração das escolas superiores de Enfermagem nas Universidades, por considerar «evidente que esta medida pode não ser do melhor interesse para a profissão de Enfermagem, nem para o quadro educativo em Portugal».
Em comunicado, enviado após ter estado reunida em Assembleia Geral ordinária, a federação recorda que «a formação em enfermagem é, por natureza, prática e aplicada» «Requer um currículo que enfatize as competências clínicas, o cuidado ao doente e a aplicação no mundo real», característica que, na sua perspetiva, se «alinha mais estreitamente com a missão e estrutura das instituições politécnicas».
«A profissão de enfermagem, pela sua natureza, enquadra-se claramente no modelo politécnico. Este alinhamento não é arbitrário», considera a federação, recordando que tal está definido no Decreto-lei 480/88, que «sublinha a necessidade desta formação permanecer em instituições que estão mais bem equipadas para fornecer a formação prática e os caminhos profissionais diretos que a enfermagem requer».
A Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior defende, por isso, que «antes de ser realizada qualquer tipo de fusão ou integração» seja «colocada à discussão o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), garantindo a definição clara e explícita do sistema binário» e que «qualquer proposta de alteração na estrutura da formação em enfermagem deve envolver uma consulta abrangente com os estudantes, docentes e profissionais da área».
A Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico considera ainda que «devem ser valorizados os modelos de sucesso existentes nas escolas de saúde politécnicas, que demonstram a eficácia de uma formação prática e orientada para a carreira».
Recorde-se que o processo de integração das escolas superiores de Enfermagem nas universidades envolve as instituições de Lisboa, Coimbra e Porto. Recentemente, o ministro da Educação e Inovação, Fernando Alexandre, pediu ao Conselho Coordenador do Ensino Superior um parecer sobre a integração das escolas superiores de enfermagem de Coimbra, Lisboa e Porto nas universidades daquelas cidades e este órgão consultivo deu parecer positivo a este processo, dando mais um passo para a sua integração.|
