Com a erosão costeira a ameaçar a costa, colocando em risco infraestruturas e habitats naturais, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou ontem uma grande obra de recuperação da costa sul do concelho da Figueira da Foz. Trata-se de um investimento que totaliza 27,7 milhões de euros e que tem como finalidade a proteção da orla marítima da erosão e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo.
A ministra do Ambiente e Energia destacou o «compromisso do Governo com a proteção costeira e a adaptação às alterações climáticas», dando conta da «solução sustentável para proteção do nosso litoral». «Esta é a maior obra do litoral de injeção de areia que vamos apoiar. Tem estudo de impacte ambiental favorável, financiamento todo garantido, com 85% do Programa Sustentável 2030 e 15% a dividir pela Câmara Municipal, Porto da Figueira da Foz e Agência Portuguesa do Ambiente», sublinhou a governante.
A garantia foi anunciada após o protocolo de colaboração técnica e financeira, que envolve a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Porto Comercial e a Câmara da Figueira da Foz, numa sessão que decorreu nos Paços do Concelho, tendo sido assinado e homologado pela ministra do Ambiente e Energia.
Refira-se que o «concurso público internacional será lançado na primeira semana de setembro e, se o processo decorrer normalmente, a empreitada estará no terreno no verão do próximo ano, com um prazo de execução de ano e meio, que pode ser dilatado por causa das condições do mar», revelou Pimenta Machado, vice-presidente da APA.
A intervenção consistirá na alimentação artificial de elevada magnitude, com cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos de areia, do troço costeiro Cova Gala – Costa de Lavos, recorrendo-se à dragagem de mancha de empréstimo ao largo da Praia da Claridade.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, destacou a assinatura do protocolo de construção do “big-shot” de transferência de areia, considerando que representa a atenção do Estado depois de sucessivas declarações sobre a intervenção.
O autarca voltou a lembrar a necessidade de ser construído um sistema fixo de transposição de areias permanente (“by-pass”), que já esteve anunciado, mas que face ao atraso desta intervenção de transferência de 3,3 milhões de metros cúbicos de areia não tem data prevista.