No passado sábado, o Coro das Mulheres da Fábrica atuou, pela primeira vez, no local onde surgiu a ideia que junta mulheres de várias idades para cantarem canções do reportório popular.
Num evento integrado na programação convergente da Bienal Anozero de Coimbra e que teve lugar no Atelier A Fábrica, Élia Ramalho pintou algumas letras do reportório como “Mulher rendeira”, “Ceifeira” e “Filha da mãe”. As canções pela voz deste grupo de mulheres ganhou forma numa peça elaborada durante a semana no espaço Atelier A Fábrica pelas mãos da artista.
«A construção realizada com técnica mista, tomou a forma de uma assemblage com referências autobiográficas através da apropriação de objectos como a máquina de costura, panos de casa das avós, bordados e rendas», afirmou a artista. A peça ganhou forma com acessórios pessoais, referências literárias e pictóricas a Júlio Pomar, por exemplo, e com marcas deixadas por «várias mulheres amigas que foram passando no espaço» e pelas próprias mulheres do coro, explicou Élia Ramalho. A peça fará parte agora do espaço como «ícone de memória coletiva».