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Metade dos incêndios urbanos em Portugal com origem dolosa


Terça, 28 de Maio de 2024

Metade dos incêndios urbanos em Portugal tem origem dolosa, refere um estudo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que alerta para o elevado risco de ocorrências e alarmes falsos.
Num universo investigado pela ANEPC, correspondente a 13% do total dos incêndios urbanos confirmados em Portugal continental em 2023, “constata-se que a origem dolosa representa 48%, seguida da origem negligente em 12% das situações”, pode ler-se no Anuário de Segurança Contra Incêndio em Edifícios 2023, consultado hoje pela Lusa.
De acordo com o estudo, 25 por cento dos casos tiveram origem acidental, seguindo-se de origem inconclusiva (15%).
A ANEPC refere que foram registados “1840 falsos alarmes em Portugal Continental, valor ligeiramente superior aos anos anteriores, e que originaram o acionamento de 13 592 bombeiros e 3947 viaturas”.
No total, verificaram-se 9.665 ocorrências de incêndios urbanos no ano passado, metade das quais na Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto, Península de Setúbal e Região de Coimbra.
Em comparação com 2022, o Anuário concluiu que o número de vítimas mortais em incêndios urbanos em Portugal baixou de 44 para 29 em 2023. Já o número de feridos é semelhante.
“Considerando os valores dos últimos três anos, relativos a vítimas mortais resultantes de incêndios urbanos, conclui-se que em Portugal Continental, em média, ocorrem 34,25 mortos por ano”, pode ler-se no documento.
A maior parte dos incêndios teve início à hora de almoço e há uma maior incidência durante o inverno.
No total, confirmaram-se 7.192 incêndios em edifícios em utilização, verificando-se ainda 607 casos em espaços devolutos.
Segundo a ANEPC, “vale a pena refletir sobre estes dados e interpretá-los, procurando identificar as suas causas”, num “desafio que constitui, como o tradicional mote da atividade de proteção civil, uma verdadeira tarefa de todos e para todos”, refere a direção da ANEPC, presidida por Duarte da Costa.
No texto que assina, o presidente da ANEPC considera que “só com a análise conjunta de todas as partes interessadas será possível definir estratégias que permitam melhorar as condições de segurança do edificado e, acima de tudo, dos seus ocupantes”.

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