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Renato Daniel: Posição da Secção de Fado é injusta para toda a Academia que não vai poder ver a Serenata Monumental


Quinta, 23 de Maio de 2024

125 anos de Queima das Fitas, quais são as expectativas da Direção-Geral ao celebrar mais uma semana de festa?

Nós temos expectativas muito elevadas, temos vindo a ser acostumados a uma Queima das Fitas cada vez mais profissional. E, portanto, as nossas expectativas têm de ser equiparadas àquilo que tem sido a tendência da festa, naturalmente sempre crescendo. Eu acho que este ano temos todo o potencial para fazer das maiores e das melhores festas dos últimos 10, 20 anos, atrevo-me a dizer. Portanto, esperemos que a participação dos nossos colegas corresponda às expectativas da Direção Geral.

Qual é a responsabilidade de organizar uma festa que tem ganho uma dimensão tão grande em Coimbra, mas também a nível nacional?

Neste momento, a estrutura está mais do que estabilizada, tem todas as condições para crescer ainda mais e eu acredito sinceramente que vai num excelente caminho. E, portanto, não temos receio das dimensões da festa. Temos sempre receio, naturalmente, quanto à questão da segurança de todos os estudantes, e queremos garantir que todos os estudantes podem ter acesso à festa de uma forma segura, dentro e fora do recinto. Esta é, sem dúvida, a maior preocupação que a Direção Geral neste momento tem.

O sucesso da festa significa também, muitas vezes, um maior lucro. Em que medida o lucro da Queima das Fitas é importante para a sobrevivência da “casa”?

A Queima das Fitas é muito importante, porque acaba por ser uma das três grandes fontes de financiamento que a Associação Académica de Coimbra tem para a sua execução natural. Nós estamos a falar de pagamentos de salários, pagamentos correntes, pequenas reparações que são caras. Eu arriscar-me-ia a dizer que, provavelmente, para mantermos apenas a porta aberta do edifício-sede da AAC, são necessários cerca de 50 mil euros. E, por isso, obriga-nos a uma gestão muito cuidada daquilo que são as verbas disponíveis. Se a Queima das Fitas não tivesse os lucros esperados, poderia complicar em muito a vida da Direção-Geral e da própria Associação Académica. Não esquecendo que estas verbas e estes lucros são repartidos pelas estruturas desportivas e culturais, mas também pelos Núcleos de Estudantes que têm um papel muito importante na organização da festa.

Este ano, voltaram a unir esforços para organizar o Dia do Antigo Estudante que acontece no sábado, dia 1 de junho. Quais são as expectativas para esta noite solidária?

Este ano, gostava, particularmente, de lançar um desafio a toda a cidade para que se mobilizasse e participasse no Dia do Antigo Estudante, porque efetivamente tem um cariz solidário que não existe no país. Quando uma pessoa entra no recinto naquele dia não está apenas a pagar um bilhete para assistir a um concerto, está a pagar de uma forma solidária uma bolsa a um estudante que sem esse valor teria que abandonar o ensino superior. Este ano, através do Fundo de Ação Social de António Luís Gomes conseguimos mudar certamente a vida de muitos estudantes. Por isso, temos de continuar a incentivar esta noite.

No futuro quantas bolsas esperam atribuir?

Neste momento, ainda temos algumas lacunas que temos de corrigir para permitir atribuir mais bolsas. Ainda temos algumas condições, nomeadamente o sucesso escolar, entre muitos outros critérios de avaliação que podem ter de vir a ser revistos com o objetivo de alargar o número de estudantes abrangidos pelo fundo social. Este ano já foi bastante significativo, mas acreditamos que possa aumentar. O nosso objetivo é também alargar o Fundo Social a estudantes com doenças crónicas através da atribuição de verbas para que tenham acesso à medicação de forma gratuita.

Renato Daniel diz que a posição da Secção de Fado é injusta para toda a Academia que não vai poder ver a Serenata Monumental

Um dia antes da noite marcada pela Serenata Monumental, a Comissão Organizadora viu-se obrigada a anunciar que, este ano, não se realizará a tradicional Serenata, nem na Sé Velha, nem na Sé Nova, como tinha sido proposto pela Comissão Organizadora da Queima das Fitas. Perante a situação, Renato Daniel demonstrou a sua frustração e desilusão pela posição tomada pela Secção de Fado de não concordar com a realização da Serenata na Sé Nova. Renato Daniel lamenta que milhares de estudantes, caloiros e finalistas fiquem impedidos de assistir a um dos momentos mais importantes da vida académica. «A posição da Secção de Fado foi tomada de forma unilateral e prejudica, e muito, todos os estudantes que não vão poder assistir à Serenata Monumental», afirma.

Para além disso, diz que «não existiu boa vontade das forças de segurança para que fosse possível realizar a Serenata na Sé Velha», acrescentando que os pareceres da PSP foram sucessivamente negativos. O dirigente estudantil desmente assim a Secção de Fado que afirmou haver um parecer positivo, mas que a DG e a Comissão Organizadora decidiu não avançar com o evento na Sé Velha.

Depois da decisão comunicada de que não haveria Serenata na Sé Velha, a Secção de Fado apelou, através das redes sociais, para que os estudantes se juntassem hoje à meia-noite no Largo da Sé Velha. Renato Daniel deixa claro que a AAC em nada se identifica com este evento ou outro de índole ilegal que a Associação Académica de Coimbra não vai participar ou fazer parte de qualquer tipo de evento que vá contra a lei, nem um milímetro», esclareceu.




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