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Fernando Coroado quer oferecer ao Museu Académico o seu espólio de cartazes da Queima


Segunda, 20 de Maio de 2024

Sete cartazes vencedores, da sua autoria, entre 1957 e 1972, mas muitos outros, e algumas «preciosidades raras», de outros autores, entre 1941 e 1987. Cartazes da Garraiada com a sua assinatura e outros, bem antigos (o mais antigo é de 1944) de outros autores. Cartazes do baile das faculdades, desdobráveis, postais, selos e vinhetas, assim como maquetes, originais, de vários cartazes, que acabaram por não sair vencedores. É enorme e feito de «documentos interessantíssimos, alguns históricos», o espólio de cartazes e outros elementos ligados à Queima das Fitas que Fernando Coroado tem guardado ao longo de anos e que agora quer doar ao Museu Académico.
Amante do desenho desde criança, com percurso profissional ligado à litografia - trabalhou na Faculdade de Letras, como desenhador -, Fernando Coroado, agora com uns jovens 90 anos, sempre teve um grande carinho pela Academia e os seus estudantes, com os quais se habituou a conviver de perto. Era esse carinho que transpunha para os trabalhos com que, durante anos, concorreu ao cartaz da Queima das Fitas e, também, com que foi juntando tantos outros, de outros autores, que se transformaram num espólio guardado durante décadas e que Fernando Coroado gostava que fosse agora valorizado e apreciado pelo público. E, na verdade, algumas são verdadeiras relíquias e partes da história de uma festa académica que este ano completa 125 anos.
Foi, aliás, o facto de o Diário de Coimbra estar a dedicar algumas das suas páginas a partilhar memórias de alguns protagonistas dos 125 anos da Queima das Fitas que levou Fernando Coroado a manifestar esta vontade, concretizando uma ideia que, na verdade, já tem alguns anos.
«Era grande amigo de Teixeira dos Santos, antigo diretor do Museu Académico, entretanto falecido e com ele falava muito nisto», conta Fernando Coroado, lamentando que o falecimento do antigo diretor tivesse adiado o desejo. «Depois, também tinha o entusiasmo do reitor Fernando Rebelo, mas ele adoeceu e também acabou por falecer...», lamenta.
«Quando vi no Diário de Coimbra que a Queima das Fitas fazia 125 anos pensei: pois é agora mesmo que vou doar tudo isto», confirmou, em conversa com o Diário de Coimbra, falando com orgulho dos seus cartazes da Queima das Fitas, vencedores de 1.º prémio, dos anos de 1957, 1963, 1964, 1966, 1967, 1968 e 1972 (este último a preto e branco e em pleno luto académico), mas também de muitos outros, de outros anos, de autores conhecidos, ou nem por isso, que foi guardando ao longo do tempo.
Fernando Coroado destaca um, sem data, «muito muito antigo», assinado por Sancho da Gama, que será peça única, mas mostra ainda outros, não só da Queima das Fitas mas também Garraiada, do Baile das Faculdades e de vários organismos académicos, assinados por artistas como Tossan, Mário Silva, Agnelo e muitos outros, que ajudam a desenhar as histórias de uma Queima das Fitas que assinala 125 anos de existência.|

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