Dos 125 anos que a Queima das Fitas comemora este ano, 25 têm, de alguma forma, a “assinatura” de João Luís Jesus, o Dux Veteranorum da Universidade de Coimbra que mais tempo se manteve em funções, «exatamente 19 anos e 11 meses». A relação com a maior festa académica do país começou muito antes de assumir o cargo do responsável maior pela Praxe e as tradições da Academia de Coimbra. Quase cinco anos antes já era colaborador do Conselho de Veteranos, nomeadamente do conselheiro do Parque, portanto, pelas “suas mãos” passaram vários momentos marcantes da festa....
É da sua responsabilidade um regulamento que “obrigou” os carros do cortejo da Queima das Fitas voltarem a ter um caráter crítico e satírico que, durante anos, e em particular durante o Estado Novo, foi uma das suas características mais marcantes. Foi ele que decidiu que para colocar fim à Garraiada na Figueira da Foz era necessário dar voz à Academia e, através de referendo, decidir o que fazer... não cedendo a pressões que existiram de ambos os lados da barricada.
Também passou por si a difícil transição das Noites do Parque do Parque Dr. Manuel Braga para a Praça da Canção, cumprindo decisão da Câmara de Coimbra. Um dos momentos mais difíceis do seu longo mandato como Dux Veteranorum. Por estar a quebrar uma tradição tão antiga, mas por saber que, pelo menos no primeiro ano, o antigo Choupalinho não estava «de todo» preparado para receber a festa maior da Academia de Coimbra.