Em representação do coletivo que apresentou o projeto Parque Multimodal do Choupal, Adelino Gonçalves desafiou ontem os partidos políticos presentes na Assembleia Municipal de Coimbra para um debate aberto e construtivo, «que não houve até agora», sobre o Plano de Pormenor da Estação Intermodal de Coimbra. Ao notar que será a AM a ter de aprovar o plano, o arquiteto lembrou que será um investimento com influência estrutural no futuro da cidade, logo «todos temos a obrigação de garantir que (…) reflita as necessidades e legítimas aspirações de Coimbra».
Aos deputados, Adelino Gonçalves pediu que reagissem, na reunião municipal ou após reflexão ponderada, sobre a nova centralidade urbana que advirá da alta velocidade. «Qual o programa que as forças políticas de Coimbra defendem para a área de intervenção do Plano de Pormenor e quais são as características que defendem para o espaço urbano resultante de toda a área de intervenção?».
A esta questão, apresentada como incentivo à tomada de posições, acrescentou outras, querendo saber se o programa para a nova centralidade está a ser definido pela Câmara ou se o município está «apenas a seguir indicações da Infraestruturas de Portugal». Qual é «o papel de três torres de 60 metros na centralidade que a Câmara defende? Ou trata-se de uma operação imobiliária da IP para pagar o investimento na alta velocidade em Coimbra?», questionou, ao frisar que o Plano de Pormenor «representa uma oportunidade única para construir a cidade que queremos e não a que nos querem impor».
O munícipe, que teve oportunidade de falar no início da sessão, procurou ainda saber qual será, na nova centralidade urbana, o papel da hipotética ponte rodoviária do IC2, «que condenará definitivamente esta parte do centro da cidade a ser atravessada por 60% dos veículos que nela circulam e não querem vir para o centro da cidade».
Adelino Gonçalves integra, a par dos arquitetos Luís Paulo de Sousa e Paulo Antunes, o coletivo que apresentou o Parque Multimodal do Choupal, alvo de uma petição que teve 673 subscritores.
O programa defendido apresenta um parque urbano que liga o Choupal à Baixa e que integra, além da estação intermodal, uma incubadora de empresas para uma economia verde e azul, um pavilhão multiusos e instalações para o desporto e o convívio». Prevê, ainda, «muitos metros quadrados para serviços, escritórios, comércio e habitação, incluindo habitação a custos controlados».
