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Primeiro-ministro espera descida das taxas de juro pelo BCE já em junho


Sexta, 12 de Abril de 2024

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou hoje a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) possa descer as taxas de juro já em junho, embora salvaguardando a independência deste regulador.

No debate preparatório do Conselho Europeu de 17 e 18 de abril, na Assembleia da República, Luís Montenegro foi desafiado pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, a “não ser complacente com esta situação”, dizendo que Portugal é dos países mais prejudicados com a política monetária do BCE.

“Nós temos a expectativa de que, nos próximos meses, talvez já em junho, as taxas de juro possam tornar a baixar. É importante para as famílias portuguesas, é importante para o financiamento das empresas portuguesas, que possamos ter um quadro de financiamento que seja suportável para nos garantir melhor qualidade de vida e mais competitividade”, respondeu Luís Montenegro.

Ainda assim, o primeiro-ministro salvaguardou ser necessário respeitar não só a independência do BCE mas também o objetivo na base das suas decisões, conter qualquer movimento de subida das taxas de juro.

“Não estou a defender que não há condições para baixar as taxas de juro, eu creio que há, mas nós todos temos interesse em conter qualquer movimento de tornar a ver a taxa de inflação a subir. Essa subida seria ainda mais penalizadora para a vida das pessoas e empresas do que esta política mais defensiva do BCE”, disse.

“Repito: ainda assim a nossa expectativa é que essa descida possa ocorrer já no próximo mês de junho”, afirmou.

Na quinta-feira, o BCE deixou as taxas de juro inalteradas pela quinta vez consecutiva, mas começou a preparar terreno para uma possível descida em junho se a inflação continuar a sua dinâmica de descida.

No debate, Luís Montenegro foi ainda confrontado pela bancada do Livre com uma notícia divulgada pelo Expresso, segundo a qual o empresário português Pedro Vargas David, que detém os jornais "Sol" e "i"m recebeu 45 milhões do Estado húngaro para comprar a Euronews.

Rui Tavares quis saber se o primeiro-ministro já teria feito alguma diligência junto de Mário David, pai do empresário, antigo eurodeputado do PSD e conselheiro político do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, bem como junto da atual secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, que foi consultora da Euronews.

Na resposta, Montenegro disse que “todos os projetos totalitários, de esquerda e de direita, são inimigos da União Europeia”, mas recusou assumir qualquer papel de investigador neste caso.

“Não fiz nenhuma diligência, nem vou fazer (…) Acho lamentável a pequena invocação de um membro do Governo, que é uma mais-valia para o Governo e o seu percurso profissional nada teve a ver com a questão que suscitou”, disse.

CCDR Funtos Europeus



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