Jornal Republicano – Órgão Regionalista das Beiras – Há 93 anos a informar
Fundador: 
Adriano Lucas (1883-1950)
Diretor "In Memoriam":  
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Governo: Montenegro assume que prioriza baixar IRS sobre impostos indiretos


Quinta, 11 de Abril de 2024

O primeiro-ministro assumiu hoje que o Governo prioriza a redução do IRS sobre a dos impostos indiretos, depois de o PCP o ter desafiado a baixar o IVA sobre a eletricidade, gás e telecomunicações.

No debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional, no parlamento, Luís Montenegro reconheceu que em Portugal há “um índice de tributação enorme, e que atinge todas as formas de tributação, incluindo a tributação indireta”.

No entanto, o chefe do executivo sublinhou que “não é possível baixar todos os impostos e muito menos baixar os impostos todos de uma só vez”.

“A prioridade do XXIV Governo é descer os impostos sobre o rendimento do trabalho. É essa a nossa prioridade e nós assumimo-la”, salientou Luís Montenegro, acrescentando que, do ponto de vista da “justiça relativa”, é o “melhor caminho para se tratar a igualdade de oportunidades em Portugal”.

“Do ponto de vista económico, é também o melhor caminho para poder incentivar os trabalhadores portugueses a darem o seu esforço, o seu compromisso, na obtenção de melhores resultados”, disse.

É por isso, prosseguiu o primeiro-ministro, que o Governo optou por proceder à descida da taxa do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) e, ao mesmo tempo, estimular “os ganhos de produtividade relativamente à parte da retribuição que possa estar associada a níveis de desempenho”.

“É uma opção política assumida. Eu registo a pretensão do PCP em estender o desagravamento fiscal a outras áreas da nossa fiscalidade”, disse.

Antes, na sua primeira intervenção no parlamento, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou que o programa do Governo só tem “considerações vagas” e “novos ataques” no que é referente aos “direitos dos trabalhadores, reformas, combate à injustiça, desigualdades, precariedade, horários desregulados”.

“Sobre salários, demagogia e contenção é a palavra de ordem, numa altura em que cai por terra o mito da produtividade, esse mito no qual o Governo sustenta parte da justificação do seu próprio programa”, frisou.

Para Paulo Raimundo, o Governo “procura sempre justificações para travar o aumento dos salários, uma maior distribuição da riqueza”, mas encontra sempre “razões para fazer mais favores aos grupos económicos e para retirar ao Estado as condições e os meios para cumprir as suas funções, como é o caso agora da redução anunciada do IRC”.

“Há impostos, de facto, que deviam baixar. E aqui fica a primeira pergunta: está o Governo disponível para baixar o IVA na eletricidade, no gás, nas telecomunicações? Vai o Governo ser um verdadeiro ‘passa cheques’ aos interesses do grande capital?”, questionou.

CCDR Funtos Europeus



Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu