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Cozinha da Integrar de portas abertas para servir refeições quentes a quem não tem


Domingo, 31 de Março de 2024

Todos os dias, entre as 11h00 e as 12h00, a fila forma-se à porta da Cozinha Solidária da associação Integrar, no número 80 da Rua Martins de Carvalho. Lá dentro está quem prepare comida para quem não tem e quem dê uma ajuda voluntariosa no processo de confeção e distribuição de refeições quentes a pessoas que, por alguma razão na vida, têm carências económicas e alimentares.


Joaquim Carvalho não tem mãos a medir desde as 8h30 da manhã, altura em que entrou na cozinha e se começou a agarrar aos tachos e panelas. «É esparguete com frango e sopa de couves», explica, sobre a ementa de ontem que, à hora marcada começou a ser distribuída a quem aguardava no exterior. Também há sandes, «oferecidas pela Delta» e as laranjas são dadas «pelo centro educativo dos Olivais». «Todos os donativos são vem vindos nos tempos que correm», comenta o “chef” da Integrar, que já foi voluntário, mas agora, por proposta da associação, passou a funcionário e a responsável pela confeção de refeições. Na verdade, diz, já era ele, na altura desempregado e voluntário, quem fazia praticamente tudo, o que mudou foi um contrato de trabalho.


A Cozinha Solidária da Integrar forneceu, em 2023, um total de 10.639 refeições em take away, o que representa, segundo comunicado da associação, um aumento de 17% face a 2022, ano em que foram servidas 8.864 refeições.


O trabalho desenvolvido pela Cozinha Solidária é possível porque conta, além dos donativos, com o envolvimento de voluntários que dedicam um pouco do seu tempo ao bem comum. É o caso de David Araújo e Brenda Moretti, dois alunos universitários brasileiros que ontem ajudavam a fazer os sacos para cada um dos beneficiários. «Portugal dá-nos muito e nós achamos que podemos retribuir um pouco», considerou David Araújo, jovem estudante de Direito, de 19 anos, considerando este um «trabalho único, de cidadania, importante ainda mais numa época como esta, de morte e ressurreição de Jesus». «É gratificante, principalmente numa data festiva como esta», concorda a colega Brenda Moretti, de 22 anos e aluna de Relações Internacionais, recordando que nem todos nesta altura «chegam a casa e têm uma mesa de comida preparada por alguém como nós temos».

CCDR Funtos Europeus



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