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Rancho de Santo Varão quer preservar tradição das sopas


Sexta, 23 de Fevereiro de 2024

Todos participam, a começar pelos elementos do Rancho Folclórico Centro Beira Mondego, que organiza o festival, que asseguram algumas das sopas. Depois, são os amigos, os colaboradores de sempre, mas também as pastelarias da terra, os cabeleireiros. Cada um faz a sua sopa preferida, para abrir o apetite. O evento está marcado para domingo, na sede da coletividade de Santo Varão, que conta reunir «pelo menos», uma centena de pessoas neste regresso, pois é o primeiro festival promovido pelo rancho depois da pandemia.
«São sopas de sustento, sopas tradicionais», refere Inês Freira, a jovem coordenadora do Rancho Folclórico (tarefa que partilha com Maria Manuel), que sublinha a importância de manter esta tradição da sopa, muito caraterística da região do Baco Mondego.
«Somos uma zona de lavradores, de campos de arroz e de milho», faz notar, lembrando que a sopa era, no passado, o elemento base da alimentação das gentes que trabalhavam a terra. Não se tratava, como hoje em dia, de sopas «leves, “light”, todas passadas, mas de sopas de sustento, com feijão, com grão, com carne», explica. Uma sopa consistente, alimentícia, a verdadeira “tranca da barriga”, que era e continua a ser, também, um alimento saudável por excelência», adianta.
Mas além de preservar esta memória coletiva e promover a tradição, o festival é, igualmente, uma forma de o Rancho Folclórico angariar fundos. «Temos algumas atuações “fora”, o que exige alguma logística e implica despesas, designadamente de transporte», adianta Inês Freire, razão pela qual o Festival de Sopas se perfila como uma forma de reunir receitas.
«Habitualmente, as pessoas aderem muito bem, não só porque gostam de sopa, mas também pelo convívio», adianta a coordenadora do rancho, que conta pelo menos com a presença de uma centena de pessoas, tendo em conta as experiências do passado. «Não há inscrições prévias», o que significa que quem quiser pode aparecer.
Sopas de grão, de espinafres, da pedra, de peixe, de hortelã, de almeirão, canja, caldo verde e sopa de chícharo são alguns das variedades garantidas no festival de domingo, com início às 12h30.
6,5 euros é quanto custa a “entrada”, que dá direito a pão, broa e «sopas à discrição». As bebidas são à parte, o mesmo acontecendo com as sobremesas. Arroz doce, «a nossa imagem de marca», não pode faltar, contando com a companhia do leite creme. Depois, há tardes e bolos à fatia, confecionados pelos elementos do grupo e amigos da coletividade.

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