“O cão é o melhor amigo do Homem”. Uma verdade adquirida que a experiência comprova. Que o digam as crianças e os avós da Misericórdia-Obra da Figueira. Duas vezes por mês recebem estes visitantes especiais e não há palavras para descrever a alegria e a emoção que estes momentos representam. Em causa está o projeto “Vínculo Canino”, que a instituição abraçou, para gáudio dos mais novos e dos mais velhos.
Depois de um primeiro contacto com a equipa de voluntários, liderada por António Martins, em novembro, o programa arrancou em dezembro, tendo como destinatárias as crianças da Misericórdia-Obra da Figueira, envolvendo creche, jardim de infância e berçário. «As crianças reagiram muito bem», conta João Paiva. No início, adianta, «há sempre duas ou três que começam por ter medo, mas a pouco e pouco vão-se aproximando». Entre risadas, festinhas e lambidelas, crianças e cães criam uma relação de cumplicidade e afeto, dentro e fora da sala de aula.
Mas, ao ver «a reação das crianças», imediatamente os responsáveis da instituição entenderam que o projeto tinha de ir mais longe. Perante a reação «extremamente positiva» das crianças, «queríamos ver como seria a reação dos seniores», conta. A experiência avançou, ainda em dezembro, provocando uma catadupa de emoções. «Toca-nos no coração», sintetiza João Paiva. «Há utentes que tiveram animais e revivem esse passado, essa memória», chamando os animais pelo nome do cão que, em tempos, tiveram. Satisfeitos, os cães desdobram-se para dar respostas a todas as solicitações, recebendo e retribuindo carinho e atenção, sem pressas, com ternura. João Paiva destaca esse cuidado por parte da equipa de voluntários, que «estão o tempo que for preciso», sem um relógio a fixar e definir o horário da visita.
