«O arguido vive apenas das quantias monetárias que aufere, pela prática de crimes contra o património sem outra atividade profissional remunerada. Faz da prática de crimes o seu modo de vida». É esta a conclusão a que chegou o Ministério Público no processo que vai levar um jovem de 27 anos ao banco dos réus onde responderá pela prática de um crime de burla qualificada, cometido através da rede social Facebook.
Como se pode ler na acusação, «não é conhecida ao arguido qualquer atividade profissional» e é «através da prática de factos contra o património de terceiros», como os que levam agora de novo a julgamento no Tribunal de Coimbra, que «obtém quantias de dinheiro que lhe permitem prover pelo seu sustento». Já foi condenado, pelo menos, seis vezes em diferentes pontos do país, motivo pelo qual o arguido, natural de Vila Nova de Gaia e residente em Espinho, se encontra atualmente detido.
No caso que o leva agora a julgamento a vítima é do distrito de Coimbra e ficou sem cerca de 640 euros. Usando a conta do Facebook em nome de outra pessoa, o arguido colocou à venda material informático (uma placa gráfica, um disco de computador e um processador motherboard ram) que não possuía.
A vítima entrou em contacto com o vendedor através do “market place” do Facebook acordando a compra do referido material. Num primeiro momento “comprou” a placa gráfica e o disco de computador pagando 287 euros através do MBWay, acordando o envio daqueles bens no próprio dia ou no dia útil seguinte. Depois, no dia seguinte, ao ver que o mesmo vendedor estava também a tentar comercializar um processador motherboard, ram transferiu mais 350 euros pelo referido aparelho.
Nos dias seguintes, o ofendido questionou o arguido se já tinha procedido ao envio dos bens pagos, tendo este respondido afirmativamente mas sem enviar o número do registo de envio dos CTT que o comprador lhe pedira. Posteriormente percebeu que tinha sido burlado, apresentando queixa junto das autoridades.
