Jornal Republicano – Órgão Regionalista das Beiras – Há 93 anos a informar
Fundador: 
Adriano Lucas (1883-1950)
Diretor "In Memoriam":  
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Partidos políticos dizem ao que vão na Educação


Sexta, 09 de Fevereiro de 2024

A convite da Associação Académica de Coimbra (AAC), seis representantes de partidos políticos partilharam ideias e intenções sobre “O Futuro da Educação em Portugal”. Alian¬ça Democrática (AD), Bloco de Esquerda (BE), Coligação Democrática Unitária (CDU), Iniciativa Liberal (IL), Partido Livre (PL) e Partido Socialista (PS) falaram de ensino, superior e obrigatório, de propinas para estudantes nacionais e internacionais, ou de ação social e habitação, a partir de temas propostos pelo moderador André Ribeiro, vice-presidente da AAC.
Primeiro a falar sobre propinas para estudantes nacionais, Pedro Brinca, da (IL), disse que não pode ser obstáculo à frequência do Ensino Superior (ES), mas também não é hoje o principal custo. A propina zero «não é prioritária», seria até uma medida regressiva. Martim Syder (AD) partilhou posição idêntica, considerando que a propina zero seria dar benefício igual a agregados familiares com rendimentos muito diferentes. O PL, pela voz de Bruno Pedrosa, defendeu a eliminação da propina no 1.º ciclo de estudos, para que o ES caminhe para ser um direito fundamental.
O PS, representado por Bru¬no Aragão, lembrou que a propina não surgiu para financiar o ES, mas para gerar qualidade. A partir do momento que tem servido para despesas correntes o «racional mudou» e é um obstáculo mas não é o único, disse, ao defender que o Estado tem de assegurar condições para que um estudante comece e conclua o ES. A propina, para Miguel Cardina (BE), não devia ser receita e devia caminhar progressivamente para a eliminação. A posição da CDU, expressa por Luísa Batista, é a de sempre: o fim imediato das propinas e de taxas, «não é normal» pagar pelo que é básico num país que se quer democrático.
No debate, realizado ontem por iniciativa do Núcleo de Estudantes de Letras da AAC, a questão sobre estratégias para a igualdade de oportunidades, no ES, levou alguns dos participantes a apresentar reflexões sobre o alojamento, talvez a maior despesa para quem quer estudar no Ensino Superior.
Em Coimbra apenas 10% dos estudantes deslocados têm acesso a residências, segundo o BE, que defende o aumento significativo de alojamento estudantil. O PS, por sua vez, propõe «um complemento para alojamento, mesmo para os estudantes não bolseiros (até um determinado valor)». O PL apontou para o número de casas vazias ou edifícios do Estado, como, exemplificou, o Quartel General na Rua Antero de Quental, em Coimbra, que já esteve no plano nacional de alojamento estudantil e foi retirado. A AD deu o exemplo de parcerias público-privadas em Lisboa, porque é preciso resolver os problemas, mesmo quando não há Estado. A IL preferia serviço público mas, não havendo, que a solução seja privada, ou híbrida, o importante é não deixar nenhum estudante para trás. |

CCDR Funtos Europeus



Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu