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Novo modelo de consulta em cuidados primários diminui sintomas em doentes com necessidades paliativas


Quarta, 07 de Fevereiro de 2024

Durante 12 semanas, com uma consulta a cada três semanas, os médicos de família, que participaram num estudo-piloto desenvolvido pela Universidade de Coimbra, implementaram o novo modelo de consulta, cuja intervenção resulta na redução significativa da carga de sintomas físicos e emocionais dos doentes com necessidades de cuidados paliativos.

“A nossa intervenção apresenta resultados promissores, tendo alcançado melhorias significativas na carga de sintomas, de magnitude superior às que são normalmente encontradas em intervenções em cuidados paliativos”, revela o docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e médico da especialidade de medicina geral e familiar, Carlos Seiça Cardoso. Entre os principais resultados, destacam-se a redução de sintomas físicos e sintomas emocionais, como dor ou ansiedade, revela uma nota de imprensa da Universidade de Coimbra.
O estudo-piloto foi desenvolvido com recurso a uma metodologia de avaliação de resultados reportados pelos doentes antes e depois de receberem a intervenção. Esta intervenção contemplou a formação de médicos de família e os momentos de consulta com os seus doentes, tendo sido avaliados sintomas físicos (por exemplo, dor, astenia ou obstipação), emocionais (por exemplo, ansiedade ou humor deprimido) e questões práticas e de comunicação. 

Participaram neste estudo 9 médicos e 53 adultos com neoplasia, doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência cardíaca congestiva ou doença renal crónica em estádio avançado.

Segundo informação da UC, esta nova consulta pretende “conciliar o modelo de registo clínico e de organização usada por todos os médicos de família em Portugal (registo clínico orientado por problema, seguindo o acrónimo “SOAP”), considerando o tempo de uma consulta de “Saúde de Adultos/Medicina Geral e Familiar”, explica Carlos Seiça Cardoso, “adicionando conteúdos que vão ao encontro das boas práticas para prestação de cuidados paliativos definidas na literatura, como o registo e a avaliação de vulnerabilidades, a utilização de uma ferramenta para avaliar carga de sintomas, a abordagem inicial dos principais sintomas reportados por estes doentes, entre outras especificidades”, elucida o docente.

A investigação foi orientada pela investigadora da Faculdade de Medicina da UC, Bárbara Gomes, e pelo docente da Universidade da Beira Interior, Filipe Prazeres. Os resultados estão disponíveis no artigo científico Feasibility and effectiveness of a two-tiered intervention involving training and a new consultation model for patients with palliative care needs in primary care: a before-after study, publicado na revista Palliative Medicine.

CCDR Funtos Europeus



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