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AAC manifesta “profunda tristeza” com decisão da Câmara de Coimbra


Quinta, 04 de Janeiro de 2024

A Associação Académica de Coimbra (AAC) respondeu ontem a José Manuel Silva, em nova “carta aberta” publicada nas redes sociais e enviada à comunicação social, procurando colocar um “ponto final” na sua intervenção relativamente à participação da AAC na Comissão Municipal para as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, acusando: «55 anos depois, a História repete-se...», numa alusão ao 17 de abril de 1969.
«Encerramos o tema da participação da AAC expressando profunda tristeza pela não aceitação do apelo feito na Carta Aberta ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Lamentamos que a colaboração em prol de celebrações condignas não tenha sido acei­te, especialmente considerando a importância da presença de uma figura representativa da instituição que marcou o início do 25 de Abril de 1974», pode ler-se no documento assinado pelo presidente da Direção Geral.
A AAC mostra ainda a sua «estranheza» face ao «critério utilizado» pelo edil conimbricense «que seleciona personalidades com trajetórias de vida que garantam uma comemoração digna da revolução democrática». «É surpreendente que, em 136 anos de história da AAC, marcados por reivindicação estudantil e luta incessante pela liberdade alcançada em abril de 74, não tenha sido identificado um único dirigente ou ex-dirigente com qualidades suficientes para integrar a comissão», refere.
A carta lembra ainda outra data histórica, a de 1969. «Recordemos que houve 25 de abril de 1974 porque houve 17 de abril de 1969 e porque houve intervenção da AAC. Há 55 anos os estudantes pediram a palavra para participar na Gestão e no Governo das Universidades e essa foi-lhes negada. 55 anos depois a História repete-se e os estudantes pedem um ato tão simples quan­to a participação numa comissão para organizar as celebrações de um momento tão simbólico e esta é-lhes, novamente, negada», acusam.
E se José Manuel Silva escreveu sobre «excelentes e colaborativas relações» entre as duas instituições, Renato Daniel coloca «sérias dúvidas» na afirmação, lembrando as «alterações, muitas vezes unilaterais e com pouco diálogo, que afetaram o Cortejo da Queima das Fitas». «Duvidamos que tenham sido harmoniosas com a alteração do local da tradicional Serenata Monumental na Sé Velha de Coimbra; duvidamos que tenham sido harmoniosas quando nos vimos forçados, no passado-recente, a endereçar uma Carta Aberta a Solicitar um Apoio Urgente às Repúblicas de Coimbra; duvidamos ainda se tais relações foram harmoniosas na ausência de respostas aos emails, mas na prontidão de resposta a uma Carta Aberta com argumentos desleais», acusa.
A Associação Académica de Coimbra abre, contudo, a porta a que no futuro «se possam voltar a construir sinergias entre instituições», prometendo responder «com trabalho e responsabilidade» garantindo que vai organizar «celebrações condignas dos 50 anos do 25 de Abril em colaboração com parceiros que desejem a cooperação da AAC e reconheçam a sua contribuição crucial para a democracia em Portugal».
Recorde-se que o presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, entendeu que a carta aberta do presidente da AAC tinha «incorreções, acusações e exigências». O edil referiu ainda «que não há nenhuma instituição representada na Comissão Municipal para a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, pelo que resulta óbvio que a AAC não foi excluída da mesma».

CCDR Funtos Europeus



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