O presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra exigiu, ontem, através de uma carta aberta, que a instituição que lidera seja intregrada na Comissão Municipal responsável pela organização das comemorações dos 50 anos do 25 de abril. «É, para nós, absolutamente incompreensível a falta de reconhecimento por parte da Câmara de Coimbra do papel desempenhado pela nossa instituição na conquista de abril, com a ausência de convite à AAC», escreve renato Daniel. «Queremos que a Juventude e a Associação Académica de Coimbra se pronunciem sobre algo que lhe é tão próximo e participe na organização das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Pedimos, sinceramente, que reconsidere esta opção que, para nós, é inexplicável», acrescenta, referindo que os estudantes «não merecem este tratamento».
Na véspera, na reunião do Executivo Municipal, para «honrar a memória e promover o rejuvenescimento do 25 de abril», José Dias, vereador do PS, tinha proposto a inclusão da Associação Académica de Coimbra na Comissão Municipal responsável pela organização da comemoração dos 50 anos do 25 de abril em 2024. Porque, observou, «é uma das instituições que, factualmente, mais contribuiu no combate contra o fascismo, desencadeando ações relevantíssimas no contexto nacional, como nos anos de 1962, cujo líder era Francisco Leal Paiva, e de 1969, com a liderança de Alberto Martins, sendo a força motriz que se opôs às constantes injustiças perpetuadas por um regime cujo único objetivo era o de amarrar o povo português». O 25 de abril de 1974 «começou, verdadeiramente, em Coimbra, com as lutas estudantis», argumentou José Dias, ao defender que a AAC «nunca poderá ficar de fora», pelo que fez e para transmissão às gerações mais novas de todos os contornos da implementação da ditadura, da contenda contra o regime e da queda do fascismo».
O presidente da Câmara, José Manuel Silva, não aceitou a proposta de inclusão porque, disse o autarca, os membros da comissão são todos individuais, não há nenhuma instituição representada. Ontem, quando questionámos o seu gabinete com a carta aberta, fomos remetidos para esta mesma posição.|
