Estima-se que em Portugal vivam cerca de 200 mil pessoas com demência, sendo o Alzheimer a mais prevalente. Hoje, Dia Mundial de Alzheimer, o Museu Nacional de Machado de Castro está a promover a Visita da Memória, o único momento público do ano do programa EU no musEU, que se realiza há já mais de uma década.
Santa Inês, de João de Ruão, é uma das peças de eleição de Natália no Museu Nacional de Machado de Castro. Já a cuidadora Ana Maria Bandeira, encanta-se com “Anjos Músicos”, da oficina de João de Ruão. e Ana Maria Bandeira, igualmente, cuidadora, destaca “Le Déjeuner”.
É de emoções que se faz este dia especial no museu, como a de Maria do Céu Cunha, que foi cuidadora do marido durante 12 anos. «Era uma pessoa cheia de vida», recorda Maria do Céu, quando se refere ao companheiro de uma vida, médico de profissão, que, aos 60 anos foi diagnosticado com Alzheimer, acabando por falecer aos 74.
O programa EU no musEU foi determinante no processo de doença do marido, um apaixonado por música e escultura, que, já num estado avançado de Alzheimer, a primeira coisa que fazia quando chegava ao Museu Nacional de Machado de Castro era sentar-se ao piano e tocar, conta emocionada.
Hoje, Maria do Céu participou na Visita da Memória, que começou com um momento musical, na Capela do Tesoureiro, com o Luís Travassos, Entre os vários temas, um deles não poderia ter um excerto mais adequado ao momento: “Tu és igual a mim”.
Isabel Sá Correia é voluntária do programa desde janeiro e fez questão de partilhar com o Diário de Coimbra o que representa para si, estar lado a lado, com os participantes e estimulá-los para o que se passa à sua volta.
Nas boas vindas, Lurdes Craveiro, diretora do Museu Nacional de Machado de Castro, deu conta do «orgulho e da realização» que sente pelo programa, desenvolvido em parceria com a Alzheimer Portugal, e que permite «encontrar amigos, mesmo que não saibam que são amigos». «É um momento de partilha e de construção», acrescentou.
