“Proporcionar uma experiência gastronómica genuína” é objetivo

António Santos, diretor executivo da AD ELO (Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego) apresentou o projeto “A comer é que a gente se entende”, feito em parceria com associações de desenvolvimento de Coimbra e com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

Será uma forma de formação e informação “extra” que visa «fomentar o consumo local» com base nos valores da dieta mediterrânea em conjunto com a utilização de produtos locais. «Conseguimos encontrar no nosso território um conjunto de alimentos que se inserem nesta dieta, que contribui para uma melhor qualidade de vida e longevidade», indica.

A ligação encontrada entre estes produtos e a dieta, têm uma importância no que toca à sustentabilidade pois é possível recolhê-los de forma local, diminuindo a sua pegada de carbono e, consequentemente, o seu custo. «É-nos possível reduzir os custos e aumentar a qualidade de todos estes produtos em comum» o que, para António Santos, é uma mais valia para todos.

O projeto conta com a produção de livros e vídeos, que ficarão disponíveis, para que aquilo que tem sido ensinado – a escolas básicas e idosos - possa continuar a sua difusão.

Durante a apresentação do programa dois peritos das artes gastronómicas preparavam duas iguarias gandaresas: sardinhas na telha e a baixada.

Entre a azáfama da cerimónia e o trabalho ao borralho, o Sr. Zagalo contou ao nosso jornal como vê o desenvolvimento deste “Mira à Mesa”.

«É tudo a nosso valor. Quando assumimos o projeto desta Casa [Centro de Interpretação da Casa e Cultura Gandaresa] o objetivo era claro: fazer uma casa representativa da gândara antiga. Sentimos que tem sido um sucesso».

O cozinheiro indicou, ainda, que o espaço está aberto para reservas a um preço baixo, contemplando workshop e almoço servido no espaço.

Em simultâneo, preparou-se uma sopa gandaresa que completou uma refeição tipicamente mirense.

Apesar do sucesso, existem algumas dificuldades na organização, como refere Artur Fresco.

«É necessário que os pratos que vão para a mesa, sejam caraterísticos da região, com produtos endógenos. Inicialmente existia a tendência, por exemplo, de se querer servir o galo à sua maneira, mas o objetivo não é esse, o objetivo é servir o galo à maneira gandaresa. Para além disso, inicialmente era difícil juntar restaurantes porque era um projeto novo, mas a sua continuidade tem ajudado a arrecadar cada vez mais participantes».

Por outro lado, no ano passado foi lançado um desafio para se descobrir uma doçaria que refletisse a tradição gastronómica gandarense, com a decisão a recair sobre o “Visconde de Mira”. Com a sua vitória, tem sido realizado um esforço para transformar o seu “aspeto habitual” numa tarte maior, para que possa servir de sobremesa complementar para todas as refeições servidas no evento.

O presidente deu, ainda, destaque a outros eventos que vão ocorrer fora da “época alta”, com especial relevo para o Festival das Favas, em maio, as marchas populares em junho, e, no primeiro fim-de-semana de julho, o Grande Prémio de Aquabike - motonáutica - competição europeia».