Faleceu Virgínia dos Santos Silva, uma das primeiras «foliãs» do Carnaval da Mealhada

Virgínia dos Santos Silvas da Póvoa da Mealhada, foi a sepultar esta sexta-feira, dia 7 de março, aos 91 anos de idade. Na terra onde nasceu, deixa uma marca antiga no Carnaval da Mealhada em que, junto com a família, participou, durante quase três décadas, pelo Grupo da Terceira Idade, mais conhecido pelo «Grupo das Caldeireiras».

Talvez dos últimos testemunhos públicos que tenha dado, se não mesmo o último, foi para o livro dos «50 anos do Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada», publicado em 2021, onde explicou que o «Grupo das Caldeireiras» era conhecido assim porque «os oito irmãos andavam ali» e a alcunha ficou porque o pai era «caldeireiro de profissão».

«O “Grupo da Terceira Idade” era grande. Íamos umas cinquenta pessoas e desfilámos no Carnaval durante uns 27 anos», lê-se na obra, que acrescenta, nas palavras de Virgínia dos Santos Silva, que «os fatos tinham muitos folhos e nós levantávamos as saias para cima». «Ensaiávamos no antigo quartel dos Bombeiros da Mealhada e nos desfiles íamos todos a cantar e a dançar. Era uma alegria! Isto era só mesmo para quem gostava e nós gostávamos muito», enfatizou, na ocasião, sublinhando que «os primeiros “carnavais” que foram feitos (antes de 1971) se realizaram na Póvoa. Depois começámos a ir pela estrada abaixo».

Depois de mais de uma década sem participar no Carnaval, Virgínia dos Santos Silva assistiu a um dos corsos do Carnaval em 2020. «Fomos um grupo aqui da Póvoa e muita gente que ia a desfilar meteu-se comigo a dizer “vocês fazem falta”. Fartei-me de bater palmas e estive sempre com os braços no ar», lê-se na obra dos «50 anos do Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada».