
Comunidade escolar conhece anteprojeto da Escola José Falcão
O projeto de Intervenção e Investigação para a Reabilitação da Escola Secundária José Falcão, cujo anteprojeto foi aprovado em Assembleia Municipal de 20 de janeiro, foi ontem apresentado a toda a comunidade escolar. E, de facto, alunos, professores e outros convidados encheram o anfiteatro para ouvir a equipa responsável pelo projeto, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, falar da grande intervenção que vai ser feita na escola.
Isabel Amoroso Lopes, diretora da Escola Secundária José Falcão, explicou ao Diário de Coimbra que endereçou o convite aos responsáveis para falar do projeto, para que toda a comunidade escolar «tivesse uma noção real do andamento dos trabalhos». Por isso, agradeceu a disponibilidade da equipa, tal como a presença do arquiteto e professor catedrático da UC, António Bandeirinha «um dos grandes defensores da reabilitação daquele edifício» e que, em 1987 já havia alertado «para a necessidade de cuidar do edifício que é Monumento de Interesse Nacional», como referiu a vereadora da Educação, Ana Cortez Vaz.
A propósito desta intervenção numa das principais escolas secundárias da cidade e que foi um dos três primeiros liceus do país, a vereadora adiantou que o projeto de execução será apresentado à cidade em finais de julho, prevendo-se que as obras terão início em novembro de 2025, com um prazo de execução de 18 meses, pelo que a data prevista de conclusão será em maio de 2027, tal como explicou o arquiteto Gonçalo Canto Moniz, também professor do DARQ.
Uma obra que terá um custo de 23,5 milhões de euros, tal como referiu a vereadora que se mostrou muito satisfeita «com toda a sinergia que se conseguiu realizar em torno da Escola José Falcão, uma escola de Coimbra , cuja intervenção será assumida pelos cidadãos de Coimbra e pela Universidade de Coimbra».
Relativamente ao projeto, propriamente dito, coube ao arquiteto João Mendes Ribeiro tecer algumas considerações, enfatizando o facto de ter sido privilegiado «um olhar atento para um edifício de grande qualidade arquitetónica da década de 30, que se mantém muito próxima do original, pelo que se considerou não fazer rupturas desnecessárias». Por isso, no global, «o projeto, como todas as suas diferenças em relação ao existente, vai manter a integridade do edifício original». A título de exemplo, João Mendes Ribeiro referiu a importância do pé direito ou da ampla dimensão dos corredores, que serão reaproveitados, com grande enfoque na rede de infraestruturas (AVAC e ITED) que, para o arquiteto, «terão uma grande expressão neste projeto, já que não podendo ser integradas no próprio edifício, são concebidas a partir de um sistema autónomo e de fácil manutenção». Por sua vez, as salas de aula poderão ser multifacetadas, o auditório «será excecional», privilegiar-se-á a ligação com a natureza, seja para os espaços verdes internos, como para o jardim e a escadaria em frente à escola, tal como a área dedicada à prática desportiva será reconfigurada e valorizada, além do alargamento da biblioteca , da criação de salas polivalentes e das coberturas que terão «utilizações» alternativas como a estufa fria
