
Teatro do Vazio traz a Coimbra a sua primeira produção
A primeira produção da companhia lisboeta Teatro do Vazio, “Naufrágios”, vai estar em palco esta semana na Sala Grande da Oficina Municipal do Teatro (OMT), em Coimbra.
Trata-se de um espetáculo que parte de “História Trágico--Marítima” de Bernardo Gomes de Brito, edição originalmente publicada em dois tomos lançados no séc. XVIII, e adapta esta coleção de «notícias de naufrágios, e sucessos infelizes, acontecidos aos navegadores portugueses» para «discutir e dialogar sobre a herança do colonialismo português no tempo presente», informou O Teatrão.
Numa nota ontem divulgada, a companhia residente da OMT adianta que “Naufrágios”, por um lado, «vai ao encontro de um ideal programático» que tem procurado dar casa, neste espaço cultural de Coimbra, a companhias e projetos nos primeiros passos da sua atividade, e por outro «alinha-se, no tom e no diálogo que procura, com espetáculos como “A Grande Emissão do Mundo Português” e “Os Cadáveres São Bons Para Esconder Minas”, que têm procurado trazer para a frente da discussão os grandes traumas e tabus da história portuguesa do séc. XV ao séc. XX».
No espetáculo, surge no papel de narrador «uma estátua que ganha vida e, num registo entre o jogral e o trovador, vai procurando algo mais de profundo nas estórias encerradas nestes tomos». «Neste palco, um ator convida-nos a embarcar, naufragar e voltar à tona, numa viagem trágica e cómica, de sobrevivência e ócio, onde a esperança e a descrença navegam lado a lado», acrescenta.
Além de uma sessão única para público em geral, quinta--feira às 19h00 (bilhetes disponíveis para compra na OMT, postos Ticketline ou online através de tinyurl.com/NaufragiosOMT), haverá ainda duas apresentações para escolas (sujeito a marcação) amanhã e quinta-feira, às 10h30, estando previsto que no final de cada uma destas sessões André Caiado (investigador do Centro de Estudos Sociais na área dos estudos pós-colonialistas), converse com os estudantes e Celso Pedro (ator e criador de “Naufrágios”) sobre o espetáculo e «as várias questões que esta produção levanta».