Edifício da futura Maternidade de Coimbra dividido em dois blocos
A Unidade Local de Saúde de Coimbra apresentou à Câmara um pedido de parecer prévio não vinculativo sobre a construção da nova Maternidade no campus dos Hospitais da Universidade. O processo é hoje analisado pelo executivo, com a proposta dos serviços municipais a apontarem para parecer favorável, sob condições.
O edifício com dimensão e escala significativa, «com grande impacto na paisagem e no complexo hospitalar envolvente», divide-se em dois volumes paralelos entre si, «com ligações físicas pontuais e visuais através de pátios interiores», lê-se na documentação em análise.
Nas características da proposta entende-se que a organização funcional em dois volumes (mais estreitos, em vez de um único mais largo) promove a adaptação da volumetria ao terreno existente, e privilegia a entrada de luz e ventilação natural nos espaços interiores. Os dois volumes da Maternidade serão separados por pátios que se interligam «através uma rede bidirecional que resolve os circuitos internos horizontais do hospital». Este sistema de circuitos internos «funciona como esqueleto ou espinha dorsal de todo o edifício, definindo quer os circuitos horizontais, quer os pontos de circulações verticais, evitando atravessamentos em diferentes áreas».
O projeto prevê três acessos ao edifício, que disciplinam e hierarquizam o funcionamento da maternidade: acesso às urgências pela praça Norte e acesso geral pela praça Sul (ambos no piso 0); cargas e descargas serão pelo acesso existente para a Casa do Pessoal dos HUC e creche/jardim de infância (Piso -1). Está também prevista «uma ligação de nível em “ponte” no piso 1, sensivelmente no meio do edifício, (...), entre a nova Maternidade e o edifício existente de Cirurgia Cardiotorácica» localizado no terreno adjacente, potenciando as deslocações funcionais e logísticas».
Um dos volumes do edifício terá quatro pisos (-2, -1, 0 e 1) e o outro seis (-2, -1, 0, 1, 2 e 3). O piso -2 será para a maioria do estacionamento, com 244 lugares para automóveis (22 para pessoas com mobilidade condicionada), 22 para motos e 20 para bicicletas. O piso -1 fica afeto a área de ensino e formação permanente, administração e gestão do departamento, refeitório, vestiários, sala de culto, serviço de instalações e equipamento e cargas e descargas.
No piso 0, que também terá estacionamento (44 lugares para automóveis e três para motos), estarão as duas entradas fundamentais da Maternidade: a Sul a entrada principal em continuidade com a portaria de controlo e a Norte a entrada da Urgência/Bloco de Partos. Esta entrada terá uma via dedicada para transporte urgente. O átrio da entrada principal será o grande espaço de separação de movimentos de utentes e visitas. A ligação rápida entre a Urgência e o Bloco de Partos, UCI e Bloco Operatório será através de elevador monta-camas exclusivo destes serviços.
No piso 1 ficará o bloco operatório, bloco de partos e unidade de internamento de patologia obstétrica. Neste piso surgirá a ligação física “em ponte” com o atual edifício da Cirurgia Cardiotorácica, que por sua vez comunica com o hospital central. O piso 2 será área de Unidade de Cuidados Intensivos e Intermédios e recém-nascidos. O piso 3 terá unidades de internamento de puérperas.