Areaclientedc
Última Hora
Natalserrano
Pub

Moçambicanos em Coimbra organizam marcha de repúdio

Diáspora moçambicana manifesta-se amanhã contra a violência policial vivida no seu país, depois da anunciada vitória eleitoral da Frelimo

Um grupo de moçambicanos a residir em Coimbra está a organizar uma "marcha de repúdio" que deve acontecer amanhã, com início às 14h00, desde a Praça D. Dinis até à Praça do Comércio. O objetivo do movimento apartidário é «defender o direito constitucional à manifestação» no seu país de origem e «contestar a violência policial» que tem marcado os últimos dias. Moçambique vive dias de instabilidade desde as eleições de outubro, quando a Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou a vitória da Frelimo nas presidenciais.

Joaquim Jorge, de 24 anos, trabalha e estuda em Coimbra há três anos e disse ao nosso jornal que esta marcha - à semelhança da que aconteceu já ontem em Lisboa - visa chamar a atenção da comunidade portuguesa e internacional, convocando «todos os moçambicanos, independentemente de inclinações partidárias». «É uma marcha do povo, pelo povo. O direito à manifestação é um direito fundamental, consagrado na nossa Constituição e não é aceitável que o povo não se possa manifestar contra a fraude eleitoral», refere o jovem.

As últimas semanas em Moçambique têm sido marcadas por tensão e protestos intensos após as eleições presidenciais de 9 de outubro. No dia 24 de outubro, a Comissão Nacional de Eleições de Moçambique declarou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo — partido no poder desde 1975 — como o vencedor das eleições.
A divulgação dos resultados gerou uma onda de protestos, liderados principalmente pelo candidato da oposição Venâncio Mondlane, do partido Podemos, que recusou reconhecer a validade da votação. Desde então, as manifestações nas ruas têm sido frequentes, e Mondlane convocou uma paralisação geral de sete dias, que teve início a 31 de outubro. Na última semana, houve protestos em várias cidades do país, culminando numa grande manifestação na quinta-feira, na capital, Maputo, que resultou em três mortos e 66 feridos.

Novembro 8, 2024 . 12:35

Partilhe este artigo:

Junte-se à conversa
0

Espere! Antes de ir, junte-se à nossa newsletter.

Comentários

0 Comentários
Feedbacks Embutidos
Ver todos os comentários
Fundador: Adriano Lucas (1883-1950)
Diretor "In Memoriam": Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: Adriano Callé Lucas
94 anos de história
bubblecrossmenuarrow-right