Alunos de Penela leram Camões com o olhar do século XXI
Poucos dias depois do início das aulas no Agrupamento de Escolas Infante D. Pedro, de Penela, a biblioteca escolar engalanou-se para receber uma sessão comemorativa para celebrar Camões. Foi no dia 30 de setembro que a escola recebeu José Augusto Cardoso Bernardes, comissário-geral da Estrutura de Missão para as comemorações do V Centenário das Comemorações do Nascimento de Luís de Camões, que se mostrou muito sensibilizado «pelo excelente trabalho de equipa que deu lugar a uma sessão muito criativa» e que envolveu os alunos e os professores, não só em trabalhos de sala de aula, mas também na biblioteca para preparar o espaço para a sessão. O professor catedrático da Faculdade de Letras de Coimbra, José Augusto Bernardes presidiu ainda ao lançamento do livro “Celebrando Camões” (uma edição apadrinhada pela Casa Família Oliveira Guimarães), que resulta da «reinterpretação de quatro poemas de Luís de Camões» levada a cabo pelos alunos. Ana Santos, professora de Português e subdiretora do Agrupamento, referiu ao Diário de Coimbra, que a sessão do dia 30 foi o culminar de um trabalho que teve início no ano letivo anterior, quando os alunos ainda frequentavam o 8.º ano.
No âmbito das Aprendizagens Essenciais, o texto poético é um dos subtemas a abordar. Nesse sentido, a propósito de uma atividade de escrita criativa, a escolha recaiu em quatro poemas de Camões, selecionados porque abordam temas intemporais (Mulher, Saudade, Amor e o Desconcerto do Mundo). O desafio lançado aos alunos, a partir do repto lançado ao AEIDP por Paula Guimarães, da Casa Família Oliveira Guimarães, foi «revisitar o autor com uma perspetiva atual» e o resultado foi «a reescrita desses poemas pelos olhos dos jovens do século XXI». Um dos exemplos é o poema “Os fracos vi sempre sofrer”, escrito por três alunos (Helena Xu, Eduardo Rodrigues e Maria Pascoal) que se inspiraram no poema de Camões “Os bons vi sempre passar”, abordando um «desconcerto» do mundo atual, o bullying.
Com a chancela da Casa Família Oliveira Guimarães, foram impressos 100 exemplares do livro, disponíveis para alunos e encarregados de educação. Refira-se que, a partir do convite de Paula Guimarães, foram vários os professores envolvidos, nomeadamente as professoras de Português, Ana Santos e Francelina Freire, e a professora bibliotecária, Cristina Santos.