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Luna Fest: Explosão de Blues e Rock de Jon Spencer na Praça da Canção

Cantor norte-americano teve uma das atuações mais memoráveis na (curta) história do festival, numa noite em que Selma Uamusse e Naty Bo surpreenderam.

Um festival com duas edições terá, certamente, poucas memórias, mas a atuação de Jon Spencer no sábado na Praça da Canção ficará seguramente na memória do Luna Fest. Acompanhado de uma mulher no baixo, o músico nova-iorquino atuou de forma imparável (quase sem pausas entre os temas) durante uma hora e 10 minutos, levando o público presente à loucura. “I want to talk about the blues” (quero falar d,o blues), exclamou, no fim do concerto, perante uma multidão que não parou de dançar.

Já sem o epíteto de Blues Explosion, Jon Spencer, de 59 anos, tocou alguns dos seus maiores sucessos de quatro décadas de carreira

Mas não se pense que a segunda noite do Luna Fest se ficou pela atuação memorável de Jon Spencer. Imediatamente antes, uma lenda do rock já tinha levado o público à loucura. Kid Congo, um virtuoso da guitarra, trouxe à Praça da Canção temas em nome próprio, mas também sucessos de bandas históricas que integrou, como os The Cramps. Acompanhado pelos Pink Monkey Birds, Kid Congo também deixou a sua marca no festival.

A noite de sábado trouxe duas surpresas. Selma Uamusse, um nome que gerava alguma desconfiança por ser fora do espectro do rock, conquistou o público desde cedo, ao ponto de o chamar ao palco e confirmou a sua relevância no Luna Fest. A atuação da cantora moçambicana terminou com cerca de meia centena de espectadores em cima do palco, a dançar alguns dos seus temas. “Está frio, preciso que se aproximem porque estão a precisar de calor moçambicano”, afirmou a cantora durante o espetáculo.

Outra das surpresas estava reservada para o final. Naty Bo, que já tinha andado pela Praça da Canção na véspera, juntou a sua banda (The Top Cats) com uma muito mexida atuação de ska. As centenas que ficaram para assistir não arredaram pé e não ficaram paradas perante a energia da banda britânica.

O segundo dia do Luna Fest abriu com os competentes e simpáticos Birds Are Indie. Perante uma plateia ainda escassa, o trio de Coimbra (Joana, Ricardo e Henrique) distribuíu sorrisos e boa música. Seguiram-se os Johnny Throttle, banda londrina com o português Afonso Pinto na voz, que aqueceram o ambiente enquanto o tempo arrefecia.

Numa das atuações mais aguardadas da noite, os Belle Chase Hotel não desiludiram. Assentes no carisma de JP Simões, que ia tendo divertidos diálogos com o público nos intervalos das canções, a icónica banda conimbricense tocou alguns dos seus sucessos como “São Paulo 451” ou “Sunset Boulevard”.

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