A Estrada Nacional 236 tem, amanhã, utentes diferentes. Uma viagem que começa na Aldeia do Xisto do Candal e termina cá em baixo, junto à Praceta Sá Carneiro, protagonizada por cerca de uma centena de pessoas. Metade utilizam cadeiras de rodas. É a Descida da Serra da Lousã em Cadeira de Rodas, uma iniciativa da ARCIL – Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã que já faz história, amanhã com a 16.ª edição.
Uma iniciativa que pretende proporcionar a pessoas “diferentes”, oportunidades “iguais”, com a realização de um passeio pela Serra da Lousã. Uma oportunidade para «apreciar a riqueza dos espaços naturais, contactando com a diversidade das suas paisagens», refere a ARCIL. Uma serra que «é palco de tantas atividades lúdicas e de desporto de aventura» e que também oferece «as condições ideais para as pessoas utilizadoras de cadeira de rodas poderem usufruir de um passeio calmo, descontraído», adianta.
À semelhança das anteriores edições, o evento conta sobretudo com a participação de utentes das instituições da região, uma vez que «as deslocações de mais longe são, muitas vezes difíceis», refere Ana Araújo, da ARCIL, a entidade organizadora que, como habitualmente, tem uma presença forte. O mesmo acontece com a Santa Casa da Misericórdia da Lousã, também da “casa”, a APPACDM de Poiares, a CERCI Penela e a CERCI Pombal. Este ano, conta a diretora técnica do CACI, as instituições de Coimbra estão “arredadas” desta Corrida pela Serra. «Não vêm porque estão a participar em colónias ou têm outras atividades», explica.
A viagem começa na Aldeia do Xisto do Candal, às 11h00 e contempla uma paragem, a meio do percurso, para um almoço partilhado, ao ar livre. A descida, toda num percurso de alcatrão e com um declive médio de 3,5%, continua depois, rumo à Lousã. São, no total, 12 quilómetros. Uma aventura gigantesca, que termina na Praceta Sá Carneiro.