As medidas de desconfinamento decretadas pelo Governo não tiveram impacto na curva epidemiológica, embora sejam expectáveis entre 200 a 300 casos novos de covid-19 todos os dias, disse ontem a direcção-geral da Saúde (DGS).
«Passaram mais de 10 dias sobre as medidas de desconfinamento e não se reflectiu ainda, não quer dizer que não venha reflectir-se, qualquer influência nessa curva. Tudo indica que, apesar de termos desconfinado e retomado a actividade, que os portugueses mantêm as medidas de segurança», disse a directora-geral da Saúde.
Graça Freitas, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa diária para apresentar o último boletim epidemiológico referente à infecção pelo novo coronavírus, frisou que «é expectável que todos os dias surjam 200 a 300 novos casos», uma vez que em algumas regiões do país o vírus «ainda circula bastante e podem surgir pequenos surtos».
«Basta um surto numa fábrica, numa creche e basta que pessoas sejam apanhadas num rastreio como positivas que aumenta de facto o número de casos. Estamos dentro do que é normal e expectável para a evolução da epidemia» em Portugal, acrescentou. Graça Freitas afirmou que «há um forte dispositivo assistencial do Serviço Nacional de Saúde» que tem funcionado e permitido que «a curva se mantenha dentro do que é expectável» para Portugal, destacando a capacidade de detectar casos de covid-19, bem como isolá-los e rastrear os contactos.
«No entanto ainda não acabou, vamos ter casos todos os dias e temos de continuar a fazer força sob a mola e contrariar essa tendência», precisou.
Por sua vez, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, sublinhou que «a confiança não deve ser excessiva», apesar da curva estar estabilizada. «Queremos que os portugueses tenham confiança, mas com a salvaguarda de segurança», disse, apelando mais uma vez aos portugueses para que não facilitem.