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Instituições querem “uma data” para retomar visitas aos lares


Segunda, 04 de Maio de 2020

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) defendeu a necessidade de «apontar uma data» para a retoma das visitas aos seniores em lares, de forma programada, acautelando que não se trata de «escancarar as portas».
. «Com testes feitos [da Covid-19], doentes a serem tratados como devem ser tratados, com equipamentos de protecção individual, com distanciamento assegurado», Lino Maia, presidente da CNIS, admitiu mesmo que esta teria sido uma boa forma de celebrar o Dia da Mãe, que ontem se assinalou.
O padre Lino Maia lembrou que a proibição das visitas «foi a primeira medida adoptada» no âmbito da pandemia da Covid-19, e «as instituições cumpriram religiosamente e compreendem perfeitamente essa medida», mas «já lá vão dois meses». «Os idosos estão ali enclausurados», ressalvou o presidente da CNIS, reclamando que «não podem ser esquecidos, não podem ser abandonados».
Em resposta ao apelo da CNIS, Marta Temido, ministra da Saúde, afirmou ontem, na habitual conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia em Portugal, que «o contexto de inibição das visitas tem de ser repensado e está a ser repensado. Não podemos subtrair às pessoas que estão em estruturas residenciais para idosos, a visita dos seus próximos durante toda a epidemia. Mas temos de encontrar estratégias que permitam que tudo se faça em segurança». A governante recordou ainda que no contexto de lares «estão, de entre todos, alguns dos mais vulneráveis pela sua idade e pelas comorbilidades associadas».
No mesmo sentido vão as declarações da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que adiantou não ser ainda possível apontar uma data certa para o levantamento da suspensão das visitas em lares, instituições que estão de portas fechadas, a nível nacional, desde 16 de Março. «Primeiro é preciso eliminar riscos, reduzir ao mínimo o perigo de contágio, e é isso que estamos a fazer ao testar todos os funcionários de lares - o perigo vem de fora - e idosos sintomáticos a nível nacional, o que deverá estar concluído daqui a duas ou três semanas», afirmou Ana Mendes Godinho, na sexta-feira, numa entrevista ao jornal Expresso. «Soma-se a isso a formação dos trabalhadores em questões de segurança e o reforço dos recursos humanos. E, mesmo assim, só se avançará com datas quando a avaliação técnica da Direcção-Geral da Saúde o permitir», acrescentou.
«Com testes feitos, equipamentos de protecção individual assegurados, com os doentes Covid-19 a ser tratados como devem ser tratados, com identificação de espaços para que só uma visita de cada vez possa ser feita, com distanciamento entre o utente e a visita, com moderação, programação, penso que era oportuno pensar-se já em visitas», reforçou o presidente da CNIS. Neste âmbito, Marta Temido assegurou que «o processo tem evoluído muito bem» e revelou que «há um conjunto de regiões que já têm todos os profissionais testados», recordando que estes profissionais são «provavelmente o maior veículo de contágio». Por sua vez, Graça Freitas, directora-geral da saúde, reiterou a importância da realização de testes em lares ser acompanhada de outras medidas de prevenção de contágio, como equipamentos de protecção individual, pedindo às direcções que garantam medidas como o distanciamento entre utentes, a higiene de superfícies e objectos e ainda regras para os próprios utentes como a etiqueta respiratória e higiene das mãos.
Com 847 lares no país, a CNIS tem procurado assegurar, permanentemente, os contactos dos idosos com os seus familiares, tarefa que «não é fácil» e acaba por ser insuficiente.

Hamburgueria de Coimbra



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