O “M. Fátima”, um dos barcos da Arte Xávega que ainda trabalha na praia da Torreira, descansa no areal. Cabe agora aos homens da companha usarem a força dos braços para ajudar a puxar a rede que se quer recheada. Hoje, a pesca artesanal tem a ajuda de motores, mas em tempos não muito recuados era a força dos bovinos de raça marinhoa, por exemplo, que arrastava a rede para a areia. Hoje, só se vêem em recriações históricas, mas isso não impede que os banhistas se acotovelem a fotografar toda a operação.
A safra não foi grande coisa. A rede veio cheia de biqueirão, algum carapau, robalo e lula. Marco Silva, o arrais da companha do “M. Fátima” não se deixa vencer pelo desalento. “Há dias que corre mais ou menos, outros há que corre mal, ou seja, este ano o mar não tem sido amigo”, diz-nos, com algum desalento. A pesca não está a dar o que ele gostaria mas é preciso continuar, porque há bocas que dependem dele para se alimentarem.
Comparativamente com outros anos, a experiência diz-lhe que, “este ano, há muito menos peixe no nosso mar”. Esforça-
-se por encontrar uma explicação. “Pessoalmente, penso que o ano está muito atrasado, ou seja, a estação está quase a meio e ainda não tivemos um Verão”. É que, a ser ver, “está tudo muito atrasado e, assim sendo, isso também influencia o ciclo do peixe que encosta mais a terra e vem à costa, naquela altura em que está mais calor. “Não havendo calor, não há peixe”, sentencia.
A companha “M. Fátima” vai descansar por uns dias. “M é de Maria, de Fátima, numa homenagem à minha falecida mãe”.
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