Pobre do barco dos piratas. Mais parecia uma embarcação fantasma. Deixado à deriva no fundo do ondular do Velódromo de Sangalhos, apesar das várias crianças que tomaram de assalto o espaço durante a manhã de ontem, dava dó olhar para um equipamento habituado a ser o centro das atenções dos mais pequenos. A verdade, porém, é que as atenções haviam sido saqueadas por um... workshop – em situações normais, só este nome já seria suficiente para assustar. Só que o workshop em causa tinha associado o doce sabor da gulodice, razão pela qual os saltos insuflados estavam a ser preteridos por uma tarefa que incluía um constante lamber de dedos. E aí, tornou-se fácil perceber que nenhum tesouro perdido é mais apelativo do que um momento de decoração de donuts.
“Não tem ciência nenhuma: agarram o donut, mergulham-no no chocolate, enfeitam-no como quiserem e depois colocam-nos numa caixa destas para os levarem para casa”. Ao sabor das doces palavras de Milene Habib, mais de uma dezena de crianças foi passando pela mesa instalada com vista para o barco abandonado, e carregada de potes de chocolate líquido, de confetis de açúcar e de pequenos donuts, receita da própria cake designer, feita especialmente para este tipo de iniciativas, que promove com frequência.
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