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Festival À Corda Cello e a versatilidade do violoncelo


Quinta, 09 de Maio de 2024

Há, em Coimbra, um festival que inspira outros festivais e coloca no seu centro um instrumento versátil ao qual nem sempre se dá o devido valor. Grande em tamanho, o violoncelo é igualmente grande na abrangência e se muitos teimam em associá-lo meramente à música clássica, no festival que Coimbra vai acolher vamos encontrá-lo, a título de exemplo, no fado e na música de Zeca Afonso. O À Corda Cello Festival entra na sua quarta edição, de 10 de maio a 7 de junho, com a certeza que há cada vez mais público a fazer a descoberta do potencial deste instrumento.
Tiago Anjinho, violoncelista de Coimbra com palco no mundo, é o autor da proposta. Sonhou e concretizou dar espaço ao violoncelo em locais patrimoniais da cidade, que vão muito além dos auditórios e entram no campo dos museus, das bibliotecas, dos espaços de cultura. Aqui se situa um dos objetivos do festival: a valorização do património. «Coimbra tem espaços fenomenais que não se encontram na Europa», garantiu o músico, ontem na apresentação do evento, elencando os eleitos para este ano: o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, Sé Velha, Casa da Cidadania da Língua, Convento de São Francisco, Museu Machado de Castro e Biblioteca Joanina.
Depois, e não menos importante, promover o violoncelo como instrumento versátil. «Os seis concertos são absolutamente distintos», garante o violoncelista, dando exemplos: o grande concerto 22 de maio, no Museu Nacional Machado de Castro, com “Les 12 violoncelles de La Mer”, apresenta em estreia mundial o arranjo para ensemble de 12 violoncelos da obra 'La Mer' de Debussy. Já o concerto “Metamorfose”, de 19 de maio, no Convento de São Francisco, que junta Tiago Anjinho, Luís Barroso, Luís Carlos Santos, Fábio Rocha e o coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, assume o desafio de colocar no fado de Coimbra um violoncelo que substitui a voz do fadista.
Mas há mais para ver e ouvir: a solista francesa Ophélie Gaillard, com o espetáculo “O violoncelo submerso”, abre o festival, amanhã, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, interpretando obras para violoncelo solo de J.S. Bach e G. Cassadó. O Quarteto Chiado atua a 14 maio na Sé Velha, e Diogo Martins, na dupla difícil função de cantor e instrumentista, celebra Abril e Camões, a 17 de maio, na Casa da Cidadania da Língua.
O conjunto de seis concertos encerra a 7 de junho com Gonçalo Lélis e Sérgio de A a interpretarem obras de Kodály, Britten e Beethoven, na imponente Biblioteca Joanina.

CCDR Funtos Europeus



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