Quantos voos tem a língua portuguesa? A questão serviu de mote para os eventos ontem acolhidos na Casa da Cidadania da Língua, em Coimbra. De manhã o lançamento de um programa de capacitação e apoio ao empreendedorismo de mulheres migrantes da CPLP e uma palestra da brasileira Socorro Accioli sobre o poder transformador da língua, à tarde a apresentação das muitas iniciativas previstas até ao final do ano - de conversas a passeios, performances e exposições, música a teatro -, tendo como grandes linhas programáticas a Cidadania e Camões.
A programação da Casa da Cidadania da Língua, apresentada em Dia Mundial da Língua Portuguesa, por José Manuel Diogo, Maria Bochicchio, Carlos Castela e João Francisco Vilhena, incluiu já ontem a inauguração da exposição “Todos os Vôos da Palavra”, do artista plástico João Murillo. As nove pinturas e nove esculturas, algumas instaladas no exterior da casa que foi do poeta João José Cochofel, foram ontem acrescentadas com uma performance de 18 textos originais. As obras de arte continuarão no entanto expostas até dia 2 de junho.
“Todos somos Camões e Camões é de todos nós” é o lema que se segue, no mesmo espaço, a 10 de junho, desta vez para João Francisco Vilhena mostrar uma exposição inovadora que captura a universalidade e a diversidade da língua portuguesa em 10 retratos de figuras anónimas. Pegando no conhecido retrato de Camões pintado a vermelho por Fernão Gomes, o artista plástico explicou ontem que quis refletir sobre 10 cantos d’Os Lusíadas e sobre 10 territórios que falam Português, para sublinhar a força da língua e as suas diferentes temperaturas.
