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João Miranda: 'Fui com o meu pai reportar a guerra: a melhor lição de vida que ele me ofereceu' (com vídeo)


Entrevista de Patrícia Isabel Silva e Ferreira Santos (vídeo e foto) Quinta, 02 de Maio de 2024

Filho de fotojornalista, João Miranda, de 24 anos, lançou, recentemente, a curta-metragem "Os cães voltaram a ladrar", que resulta de uma viagem de autocarro com cidadãs ucranianas e duas semanas no território invadido pela Rússia. Na companhia do pai e de outro jornalista, João Miranda viveu uma experiência que nunca esquecerá, com o desejo, de um dia regressar.

Tudo começou com o desafio lançado por Miguel Midões, professor da unidade curricular de Jornalismo, Comunicação e Reportagem do Mestrado de Jornalismo e Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que passava por realizar uma reportagem sobre um tema da atualidade. Ora, João Miranda, não teve dúvidas e aceitou desafio com "unhas e dentes".  
«Fui com o meu pai reportar a guerra: a melhor lição de vida que ele me ofereceu», conta ao Diário de Coimbra. No autocarro que apanharam em Albergaria, ele, o pai e o colega jornalista eram os três únicos homens, entre mulher e crianças ucranianas, de visita ou regresso ao país-natal. «Havia todo o tipo de histórias naquele autocarro», recorda, dando o exemplo de uma mulher grávida, com filhos, que ia visitar o marido que tinha sido ferido na guerra.
Quando lhe perguntamos, qual o momento mais marcante, hesita, mas acaba por destacar duas situações com que se confrontou na Ucrânia. O testemunho do sniper Yuri, de 22 anos, e as campas (muitas com vítimas com menos de 20 anos) que invadem um memorial de homenagem aos soldados soviéticos da 2.ª Guerra Mundial.
"Os cães voltam a ladrar" é o título que escolheu, resultado do testemunho de Natália, que, na curta-metragem, conta que, «quando o exército ucraniano recuperou a aldeia onde ela vive, os cães voltaram a ladrar».

«É uma metáfora à esperança e à paz», concluiu.

A curta-metragem está disponível no youtube e, se tudo correr bem, João Miranda espera divulgá-la em festivais.










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