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Da feijoca à perdiz caçada ao luar, sopas impuseram-se em festival de êxito


Segunda, 29 de Abril de 2024

O sol convidou à visita e o terceiro dia do Festival das Sopas correu de feição. Bem diferente da experiência inaugural, sexta-feira, em que a chuva decidiu ser presença, afastando muitos comensais do evento. Ontem, porém, tudo foi diferente. Esplanada cheia, panelas vazias, num sinal que a procura foi muita e o Festival das Sopas cumpriu o seu desígnio. Muita animação e convívio e a sensação entre os elementos da organização, que o evento, que começou “coxo” por causa do mau tempo, atingiria a meta proposta.
As contas não estão fechadas mas Mafalda Fagulha, vogal da União de Freguesias de Coimbra, garante que só no dia de sábado foram vendidos mais de 1.000 kits (tigela, colher e 19 senhas, tantas quantas as sopas ao dispor), um número substancialmente diferente do de sexta-feira, em que só se venderam 300 kits, ainda assim «positivo» tendo em conta o estado do tempo pouco convidativo a saídas de casa para eventos ao ar livre. «Acho que vamos alcançar os 2.500 kits», prevê a vogal da União de Freguesias de Coimbra que ontem, tarde alta, já distante da hora de almoço e longe ainda do jantar, assistia a um Terreiro da Erva cheio e a tigelas a continuarem a encher de sopa. «Já servimos cerca de 10.000 sopas», garantiu.
Nos “Sons da Casconha”, uma das 19 coletividades aderentes ao evento, assistia-se a “panela cheia, panela vazia”. «Só hoje já foram 160 litros de sopa», disse Alice Simões, certa que de que a Sopa de Feijoca proposta pela sua coletividade era a melhor do certame. «O feed-back que temos é que é a melhor sopa do festival, mas eu sou suspeita», disse, revelando alguns segredos da proposta gastronómica: feijoca com uma diversidade de carnes que, pela mão de quem sabe, se transformam numa sopa que leva muitos «a repetir».
Mais ao lado, Arménio Correia, da Confraria de Nossa Senhora da Piedade e S. Simão, da Pedrulha, garantia igualmente, que a sua Sopa de perdiz com grão” era a melhor das 19. «É um sucesso», garante, explicando que está em causa um prato feito com perdiz «caçada à meia noite ao luar». Mais a sério, reconhece que a sopa da coletividade tem causado curiosidade entre os visitantes e resulta do empenho de um dos membros da confraria, que é caçador e assegura o ingrediente principal. De outra forma seria difícil arranjar perdizes para a sopa.
Mas com perdiz ou feijoca, de legumes, couves ou canja - de galinha ou bacalhau - de cenoura, abóbora. tomate com ovo ou peixe, sem esquecer a juliana, o tradicional caldo verde, a pedra ou a curiosa sopa de urtigas, diversidade foi palavra de ordem neste festival que concretizou nos últimos três dias a sua terceira edição, no Terreiro da Erva, mantendo firme o seu propósito solidário, já que a receita das vendas (10 euros cada kit) será repartido pela União de Freguesias de Coimbra pelas 19 instituições participantes que, além de uma sopa cada uma, levaram também outras iguarias doces e salgadas e bebidas para o certame, que venderam à parte, ajudando assim à sua sustentabilidade ao longo do ano.|

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