«Serenata só há uma, na Sé Velha e mais nenhuma». É assim que a Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC) remata o comunicado em que, dando conta de um plenário realizado quarta-feira à noite, deixa claro que só haverá Serenata se esta se realizar na Sé Velha.
Assinado pelo presidente Diogo Ferreira, o documento diz que a Academia está «perante uma encruzilha histórica», mas que cabe à Secção de Fado pugnar por este que é apontado como «um evento crucial para a Academia e para a cidade», mantendo a posição de que a Serenata Monumental se reve realizar no Largo da Sé Velha. «Assim será a posição da Secção de Fado até prova contrária», pode ler-se no comunicado, no qual lamentam ver «continuamente a alteração e deturpação de atividades integradas na Queima das Fitas».
No caso da Serenata, o comunicado recorda que deixou de ser realizada na Sé Velha em 2020, «sob pretexto de obras e, posteriormente, com a pandemia», tudo levando a crer que, este ano, voltaria ao seu local original, onde realiza «quase ininterruptamente desde 1949». «Desde o início do ano que a Secção de Fado da AAC e o Conselho de Veteranos têm pugnado por trazer de volta o evento ao Largo da Sé Velha com as máximas condições de segurança possíveis», avança, não antevendo, apesar de várias tentativas, que venha a ser positivo o parecer da PSP ao Plano de Segurança apresentado.
Assim, em plenário, a SF/AAC decidiu que não atuará na Serenata noutro palco que não seja a Sé Velha, o que colocará em risco a realização deste momento que marca o arranque das Queimas das Fitas, uma vez que, recordou Diogo Ferreira, a mesma depende da participação de organismos da AAC.
«Sair deste local é desvituar o que nos caracteriza, é banalizar algo de tão único e especial, é desfazer uma era pelo facilitismo de uma alterantiva que sempre foi encarada enquanto temporária e unanimente aceite como tal, até hoje», avança a SF/AAC, lamentando a «inação e falta de vontade» de representantes e responsáveis pela festa em defender aquele local. A SF/AAC concorda com a decisão do Conselho de Veteranos de proceder a uma auscultação pública dos estudantes - «a vontade dos estudantes é clara e indubitável» - mas diz que não se irá «vincular» ao que sair do “referendo” a realizar diz 30, optando por «defender ativamente a manutenção dos costumes e a tradição de Coimbra», defendendo a Sé Velha como “a casa” da Serenata.
