O 19.º Capítulo da Confraria da Lampreia de Penacova, que decorreu no Mosteiro de Lorvão e entronizou esta manhã três novos confrades - Filarmónica Boa Vontade Lorvanense, Idalécio Simões (confrades amigos) e Marco António dos Santos (confrade efetivo) – decorreu sob o mote da sustentabilidade. E a razão é muito simples. Face à escassez do ciclóstomo no Rio Mondego, os responsáveis a Confraria decidiram servir ao almoço a denominada “Lampreia dos Pobres”, que mais não é que a cavala confecionada da mesma forma que a lampreia.
«O número de lampreias é francamente baixo, o que quer dizer que muitos destes ciclóstomos não conseguiram cumprir o ciclo de vida (desova) que é cerca de 7 anos», explicou Fábio Nogueira. «A lampreia marinha está em declínio e então decidimos que não seria incluída no Capítulo de forma a preservar a espécie», sublinhou o Mordomo-mor da Confraria da Lampreia de Penacova.
As cerca de 35 Confrarias presentes no capítulo aplaudiram a decisão, independente se gostaram ou não do prato, uma vez que esta vem ao encontro dos valores das Confrarias, que passa por defender a identidade dos produtos dos territórios que representam.
Álvaro Coimbra, presidente da Câmara Municipal de Penacova, salientou a necessidade de «conservar este património», uma vez que se vive, diz, «num contexto especial face à escassez de lampreia». «Temos de tomar medidas para inverter essa situação e preservar uma espécie com muitos milhares de anos», destacou o autarca.